Nos últimos dias eu e 99% dos enófilos temos batido muito na questão das malditas salvaguardas, seus motivadores e efeitos mais práticos. Mas o que está por trás disso, além da ganância e do oportunismo, é a fraqueza da nossa indústria vitivinícola. Como eu disse há algumas semanas neste blog, a auto-confiança dos nossos produtores se mostrou rala como vinho de garrafão. Se precipitaram ao jogar a toalha, pois nos últimos tempos a qualidade do produto nacional vinha melhorando de forma consistente. Mas a vontade de garantir lucros fartos foi maior do que a ambição de ganhar o consumidor pela qualidade. Como os especialistas são eles, acredito que chegamos mesmo ao limite, não conseguiremos ser mais do que isso. Esta é a principal mensagem que tiro de toda esta palhaçada.
Já repararam que tudo o que o Brasil faz de bom não precisa de salvaguaras? Já ouviram falar de salvaguardas para o futebol? E para a música? Alguém já imaginou salvaguardas para carnaval ou telenovela? E salvaguardas para o turismo? Nas passarelas da moda e nas artes também não se ouve falar... Enfim, não é preciso ser muito esperto para constatar que o pedido de salvaguardas para o vinho é prova de que, se estamos bem em outras áreas, nesta capengamos. Uma pena...
Falou e disse! Ainda virá à tona a verdade sobre um grupelho que está tentando se aproveitar de canais na política para criar essa bagunça que já trouxe péssimas consequencias para
ResponderExcluiro mercado de vinho brasileiro.
Outro detalhe interessante - a época em que o vinho brasileiro mais evoluiu foi exatamente ao longo dos últimos dez ou quinze anos - ou seja, a época em que ele mais esteve exposto à concorrência dos importados ... Como você diz - salvaguardas pra quê ?!?
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