sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Um oásis da boa gastronomia italiana em Perdizes

Circulando pelo “lado novo” de Perdizes, entre sobrados e novos edifícios residenciais, que se multiplicam na região, avistei uma casa com fachada em forma de arco, remetendo ao que seria uma construção clássica italiana, que me chamou a atenção. Logo atrás, no quintal, mesinhas com toalhas xadrezas, típicas de cantinas italianas, que me fizeram concluir tratar-se de mais um restaurante que tenta a sorte nas Perdizes.

Passei por ali diversas vezes antes de tomar coragem e arriscar. Foi num final de semana, talvez um domingo, um daqueles dias em que eu pego o carro e saio meio sem destino, antes de decidir onde almoçar. Por falta de opções, pressão da Alice e curiosidade, resolvi finalmente conhecer o lugar, o Vecchio Cappelletti, localizado na rua Bartira, 1.242 (fone: 3675-7073).
 
Foi uma das mais interessantes descobertas que fiz recentemente, pois o restaurante está localizado em um lugar “improvável” para se achar coisas boas e, o melhor, pertinho da minha casa. Lugar pequeno, com meia-dúzia de mesas no salão interno, bem arrumadinho, mas sem a menor pretensão. Quase sempre vazio, pois ainda não foi divulgado – pelo que apurei será “marqueteado” nas próximas semanas.
 
Confesso que minha primeira reação não foi boa, pois ao abrir o menu me deparei com uma lista de vinhos medíocre e cara, que quase me fez levantar e sair. Mesmo contrariado fique, pois o trabalho para levantar acampamento com 2 crianças reclamando de fome não seria nada simples. Reclamei um pouco, pois detesto beber cerveja em restaurantes italianos, mas não tive escolha. Dei por perdido o passeio enogastronômico e me conformei que estava ali para matar a fome apenas.
 
Passada a fase dos resmungos, olhei as opções de pratos da casa e percebi que ali tiveram bem mais cuidado do que na relação de vinhos. Boas e variadas alternativas de antepastos, saladas, caldos, massas, peixes e carnes. Nada a ver com aqueles cardápios insanos de cantinas que exageram na quantidade e pecam na qualidade. Ali as opções eram variadas, mas limitadas ao viável para um restaurante daquele porte.
 
Chega a ser injusto indicar o que pedir no Vecchio Cappelletti, pois nas três vezes que estive lá só tive excelentes experiências. Mas vou dizer o que mais me marcou. Para começar, a bruscheta de tomate e o crostini ao pesto, verdadeiramente especiais, saborosos, muito bem feitos. Para o prato principal, até agora fiquei nas massas, feitas de forma caseira, o que diferencia esse restaurante da grande maioria dos italianos que encontramos por aí. Massas muito caprichadas, saborosas, servidas sempre ao dente.
 
Recomendo o Girasole gratinada com molho branco, uma espécie de reviole recheado com mussarela de búfala. Muito diferente e saborosa. Outra excelente pedida é o Penne ao pesto. Arrisco dizer que é um dos melhores pesto que já provei. Muito bom mesmo! Outra escolha que não tem erro é o Strapatti, uma espécie de massa de lasanha, só que um pouco mais fina, que sai do cilindro e é “rasgada” a mão, em pedaços desuniformes, servida com manteiga, manjericão e parmesão. Uma simplicidade deliciosa, que remete aos verdadeiros restaurantes familiares italianos. O atendimento é muito atencioso, com bons e simpáticos garçons.
 
Pelo que me informei, o Vecchio Cappelletti foi aberto há poucos meses por sócios que não são do ramo, mas que gostam de boa gastronomia. Um deles está sempre na casa e na minha última visita o vi preparando pessoalmente os pratos. Lembra uma trattoria familiar mesmo, apesar de não ser.
 
Com relação aos vinhos, resolvi o problema levando o meu e pagando os R$ 30 da taxa de rolha. Vale muito a pena! Sobre preço, não é barato. Cada prato custa entre R$ 35 e R$ 40, na média, sendo que as opções para duas pessoas giram em torno de R$ 60 a R$ 70. Mas vale cada centavo e recomendo a visita. Nas próximas semanas retornarei para explorar saladas, carnes, peixes e sobremesas.

domingo, 15 de julho de 2012

Comida cantineira com preço de alta gastronomia

Há mais de uma década, quando eu ainda era solteiro, meu passeio preferido era ir a cantinas italianas com música ao vivo, vinho da casa, pão e azeite à vontade e porções "familiares". Gostava desse tipo de programa porque reunia algumas das minhas paixões: música italiana, massa e vinho. Fora o clima de descontração e os preços viáveis para quem queria repetir a dose toda semana.

Nessa época eu batia ponto em cantinas como Famiglia Mancini, Lellis, Vico d'Scugnizzo, La Bella Cucina (fechado), Cantina 1020, Belvedere Gran Roma e Roperto. Em algumas delas tinha lugar cativo, era amigo dos músicos, tinha até foto na parede. Eu era mais "flexível" e não me importava tanto com massas "carregadas" e vinhos simplórios. O ambiente e o conjunto da coisa me agradavam bastante. E, no final da noite, vinha aquela conta que eu conseguia pagar com minha bolsa de estagiário.

Mas infelizmente foi-se o tempo em que ir a uma cantina italiana era alternativa para comer fartamente pagando pouco. Ontem decidi reviver os saudosos tempos, desta vez com a família. Bem, para falar a verdade fiz algumas "adaptações", entre elas levar meu próprio vinho, pois aqueles que bebia anos atrás talvez não me agradassem tanto. Escolhi um velho conhecido, o Lellis da Bela Cintra, um dos que ia semanalmente nos idos de 1990/2000.

A minha primeira surpresa foi dar de cara com uma bela adega climatizada, repleta de rótulos - não apenas argentinos e chilenos baratos, como no passado -, alguns deles com preços bastante atrativos. Mas abri o que levei mesmo, pois a ideia era não gastar muito. As surpresas desagradáveis vieram com os pratos e terminaram na conta. Dispensei o couvert e me servi na mesa de frios, que estavam bem abaixo do que eu chamo de bom e me custaram quase R$ 40. Pedi um único prato para a família, mas a porção encolheu em relação ao que era no passado e mal deu para o casal - já o preço disparou assustadoramente: uma porção de 4 rondeles a R$ 98 é algo inimaginável em uma cantina anos atrás.

O resumo da ópera é que comemos bem "mais ou menos", bebi meu próprio vinho (R$ 30 de taxa de rolha) e paguei R$ 200 na conta! Considerando que basicamente comi uma porção de frios e um prato de massa, me parece bastante exagerado e bem distante do que era uma cantina italiana nos tempos em que a simplicidade e os bons preços eram os grandes diferencias.

No caso do Lellis, sofisticaram na adega e na redução da porção, mas não investiram na qualidade do atendimento e na comida, que só decaíram. Piorou e ficou mais caro. É um lugar no qual dificilmente voltarei. Seguiu a linha da Famiglia Mancini, que também tem cobrado preços de alta gastronomia para servir massas molengas e nadando no molho - com a diferença de que, lá, as porções continuam generosas. Mas é outro lugar que não me atrai mais, fora as boas lembranças do passado.

Sei que ainda há cantinas mais "razoáveis" nos preços, que mantêm a simplicidade e a qualidade da cozinha caseira com a temática italiana. Mas é notório que comer fora em São Paulo está cada vez mais difícil. Pagar preço de alta gastronomia em uma cantina não dá. É o fim da linha. Se é para gastar R$ 200, vou a um bom restaurante, onde se come bem e o garçom não finge que não te vê enquanto você implora para ser atendido.

sábado, 14 de julho de 2012

Aguinaldo Záckia te leva para a Borgonha, Beujolais, Rhône, Jura e Suíça

O amigo e confrade Aguinaldo Záckia está organizando mais uma de suas fantásticas viagens enogastronômicas. Desta vez o destino são algumas das principais regiões produtoras de vinho da França e Suíça. Não é todo dia que se tem a oportunidade de conhecer alguns dos melhores produtores europes na companhia de um expert. Viagem altamente recomendável e poucas vagas disponíveis!


VIAGEM À BORGONHA, BEAUJOLAIS, RHÔNE, JURA E SUIÇA

DEGUSTADORES SEM FRONTEIRAS

4 ÚLTIMOS LUGARES!
 VIAGEM À BORGONHA, BEAUJOLAIS, RHÔNE, JURA E SUIÇA

Visitando  DIJON, BEAUNE, NUITS-ST-GEORGES, MÂCON, ROANNE, LYON, AMPUIS, VIENNE, ANNECY, GENÈVE, MONTREAUX, GRUYÈRE e outras cidades de interesse

com o acompanhamento de AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT 

ROTEIRO

05/10, 6ª feira: SP/Lyon.

06/10, sábado: Lyon/Beaune – Hospedagem Hotel Château de Challanges.

07/10, domingo: Visita a Beaune (Hospices de Beaune e arredores).

08/10, 2ª feira: Beaune. Manhã – Visita ao produtor ALBERT BICHOT (Beaune). Tarde – Visita ao produtor DOMAINE FAIVELEY (Nuits-St-Georges).

09/10, 3ª feira: Beaune. Manhã – Visita ao produtor LOUIS LATOUR (Beaune). Tarde – Visita ao produtor LOUIS JADOT (Beaune).

10/10, 4ª feira: Beaune. Manhã – Visita ao CLOS DE VOUGEOT (entrada inclusa). Visita à cidade de  Dijon. Almoço no restaurante Chapeau Rouge, em Dijon (incluso). Volta a Beaune.

11/10, 5ª feira: Beaune. Manhã – Visita ao produtor CHATEAU DE PULIGNY-MONTRACHET  (Puligny-Montrachet) e a centros históricos.

12/10, 6ª feira: Beaune/Lyon. Manhã – Saída em direção ao Beaujolais. Visita ao produtor CHÂTEAU DES JACQUES, em Moulin-à-Vent no coração do Beaujolais. Almoço. Saída para Lyon. Hospedagem no Hotel L´Ermitage, em Saint Cyr au Mont Cindre, a 15 minutos de Lyon. Restante do dia livre em Lyon.

13/10, sábado: Saída para Lyon. Visita ao Mercado de Lyon. Cooking Class em Lyon. Noite livre em Lyon.

14/10, domingo: Passeio pela região. Almoço no Restaurant Paul Bocuse, em Collonges au Mont D´Or, o maior nome da Cozinha Tradicional Francesa, 3 estrelas no Guia Michelin (incluso com bebidas). Tarde livre para passeios em Lyon e região.

15/10, 2ª feira: Lyon. Saída para Ampuis, Vale do Rhône, capital da AOC Côte-Rôtie. Visita ao Produtor VIDAL-FLEURY (Ampuis). Almoço em Vienne. Tarde livre em Lyon.

16/10, 3ª feira: Saída de Lyon rumo a Annecy. Visita a um produtor de vinhos da região do Jura (França, próximo de Genebra) ou Valais (Suíça). Em Annecy, hospedagem no Hotel Les Tresoms.

17/10, 4ª feira: Visitas a Annecy. Cruzeiro no final do dia pelo lago de Annecy.

18/10, 5ª feira: Saída de Annecy para Lausanne (visita rápida) e saída para Montreaux. Embarque no Swiss Chocolate Train (degustação de vinhos, chocolates e queijos). Parada em Gruyère para visita a fazenda de queijos e final na fábrica de chocolate da Nestlé, em Broc. Retorno a Genève. Hospedagem no Manotel Royal, em Genève.

19/10, 6ª feira: Genève. Dia todo de visitas na cidade de Genève e arredores (cruzeiro pelo lago de Genève, Museu de Patek Phillip e Mount Saleve). Jantar especial de encerramento no Parc des Eaux-Vives (incluído).

20/10, sábado: Traslado ao aeroporto. Genève/Paris/Guarulhos.
 


Proposta de viagem

Parte terrestre


Valores por pessoa em Euros
Em acomodação dupla: € 5 980
Em acomodação individual: €  6 990
   

Formas de pagamento


À vista no cheque ou em depósito bancário
Entrada de 25% + 5x sem juros no cheque

Parte aérea


Voando Air France em classe econômica nos vôos abaixo ou similares

AF 459 05OCT Guarulhos / Paris   1910  1110   06OCT
AF7646 06OCT Paris / Lyon    1600 1710
AF1243 20OCT Geneve / Paris    0730  0840
AF 456 20OCT Paris / Guarulhos     1050  1715

US$ 1.260,00 + US$ 360,00 (taxas)


Parte terrestre

06/13 de Outubro - Hospedagem no hotel Château de Challanges em Beaune com café da manhã e taxas


13/16 de Outubro - Hospedagem no hotel L´Ermitage, a 15 minutos do centro de Lyon, em Saint Cyr au Mont Cindre, com café da manhã e taxas

16/18 de Outubro - Hospedagem no hotel Les Tresoms em Annecy com café da manhã e taxas

18/20 de Outubro - Hospedagem no hotel Manotel Royal em Geneve com café da manhã e taxas

Traslados de chegada e saída com assistência em Português

Ônibus luxo privado a disposição para o itinerário descrito

Degustações de vinho

Cooking Class (Aula de Culinária Francesa)

Swiss Chocolate Train

Guia acompanhante em Português durante todo o período

Refeições descritas no itinerário

Serviços descritos no itinerário

Seguro Viagem Schengen obrigatório MAPFRE cobertura até EUR 30.000,00


RESERVAS COM AD TURISMO (11) 5087 3455 (CINTHIA)
E AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT (11) 3287 1703


   

IMPORTANTE


Os organizadores se reservam o direito de fazer modificações eventuais na programação caso surja algum contratempo incontornável, o que é muto raro acontecer. Nesse caso, será feita uma substituição à altura do produtor que seria visitado.



Sites dos hotéis


Hotel Château de Challanges -
http://www.chateaudechallanges.com/fr/index.php


L´Hermitage – http://www.ermitage-college-hotel.com

Hotel Les Tresoms Annecy - http://www.lestresoms.com/index-gb.php

Manotel Royal - http://www.manotel.com/en/royal/index.php  

sábado, 30 de junho de 2012

Boa compra: Maycas del Limarí Pinot Noir Reserva

Maycas del Limarí Pinot Noir Reserva, ótimo chileno do Vale do Limarí. Outro vinho que comprei na Wine (www.wine.com.br), safra 2010. 

Rubi com boa intensidade, levemente violáceo. Fruta vermelha intensa, em especial morango, e ervas, com um toque de madeira muito sutil. Na boca, fruta vermelha marcante, alta acidez, álcool presente (14%), média/boa intensidade e média persistência. Depois de alguns goles senti um caramelo no final de boca, que vai ficando mais presente conforme o vinho respira e perde o excesso de álcool.

Vinho muito agradável, sem extração excessiva e madeira na dose. Pede decanter para dar uma respirada. Gosto muito desse produtor e das linhas reserva e reserva especial dele. O Shiraz é muito bacana. Esse é um dos melhores pinot chilenos que já provei. Quiçá um dos melhores do Novo Mundo na faixa até R$ 100! Custa R$ 70 na Wine (sócio paga 15% mais barato). Ótimo negócio.

Boa compra: Quinta do Crasto Superior

Quinta do Crasto Superior, um português do Douro bastante intenso e saboroso. Sempre que bebo esse vinho fico impressionado com a ótima relação custo-benefício. A última safra que bebi foi a 2009.

Vinho novo, com cor rubi violáceo intenso. Nariz muito frutado, puxando para frutas negras e cassis. Toques vegetais e leve tabaco. Na boca, ainda um pouco alcoólico, precisa de decanter. Boa acidez, bastante fruta e um leve toque de manteiga. Macio, taninos presentes, mas fáceis de beber. Bom corpo e boa persistência.

Essa safra 2009 merece uns 5 anos de garrafa ainda, pelo menos. É um vinho que custa R$ 79 na Wine (www.wine.com.br), mas que supera outros até mais caros. Vale comprar uma caixa e esquecer na adega.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Dia dos namorados com boa enogastronomia


Dia dos Namorados é coisa séria e o mínimo que se quer é um bom ambiente, menu de primeira e opções variadas de vinho. Indico dois lugares que são garantia de uma noite excelente, com todos os ingredientes acima citados.
Na verdade, são dois restaurantes que tenho frequentado bastante pela correção da cozinha e pelo excelente serviço do vinho. O Marcel, francês, e o Rosmarino, italiano. Mas tem que ser ligeiro, pois em datas como essa as mesas se esgotam rapidamente.

Serviço

Rosmarino: http://www.rosmarino.com.br/evento.php
Marcel: http://www.restaurantemarcel.com.br/site/site_flash/#/dia-dos-namorados/

domingo, 22 de abril de 2012

Proteste contra as salvaguardas na Expovinis 2012


Farei como sugerido pelo amigo João Filipe Clemente. Irei de preto à Expovinis e ignorarei os estandes e eventos de vinhos nacionais.

Vamos dar um grande NÃO aos mentores desse crime contra o vinho e contra o consumidor brasileiro!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Contraproposta aos produtores nacionais

Estou disposto a levantar a bandeira branca na guerra contra as salvaguardas. Para que os produtores nacionais não acusem de intransigentes aqueles que defendem o boicote ao vinho brasileiro, acho justo fazer uma contraproposta e abrir um caminho de conciliação. A ideia é a seguinte: se a Ibravin e as demais entidades que representam as vinícolas nacionais retirarem o pedido de salvaguardas, me comprometo a puxar o movimento para redução de impostos para o vinho nacional.

Tenho certeza de que a adesão de blogueiros, jornalistas, lojistas, restaurantes e associações como Sbav e ABS, além dos consumidores, será imediata. A proposta seria aproveitar a mobilização contra as salvaguardas para pressionar o governo a reduzir a altíssima carga tributária imposta aos produtores brasileiros. Se a proposta for aceita, começo no dia seguinte a campanha, com força total, e sei que não estarei sozinho. Aliás, sei inclusive que as associações que representam os supermercadistas entrariam numa campanha para zerar os estoques das vinícolas gaúchas. Todos estariam em prol do vinho nacional! Me parece uma saída coerente e justa para todas as partes, concordam?

A contraproposta está lançada! 

domingo, 8 de abril de 2012

Vem aí a Coca-cola de uva fermentada!

Tive uma visão do futuro nesta noite! Sonhei que estava no ano de 2032 e visitava uma renomada vinícola brasileira na Serra Gaúcha. O lugar era enorme, com meia-dúzia de funcionários e muitas, mas muitas máquinas. Lembrava até uma daquelas montadoras de automóveis do ABC, com tudo automatizado e controlado. Tudo era assustadoramente igual, padronizado, sem cor e sem cheiro. Dos tanques de aço às garrafas e tampas, que eram idênticas às de Coca-cola!

Ali se fazia um único vinho, a partir de uvas fabricadas em laboratório, todas idênticas, fermentadas da mesma forma, resultando em milhões de garrafas iguais, de uma mesma bebida, que todos ali chamavam de vinho nacional! Não havia rótulos, mas sim uma impressão nas garrafas, cheia de avisos sobre as substâncias contidas no frasco. Até a quantidade de calorias era indicada!

Acordei suado, assustado e reflexivo. Afinal, por que raios tive essa visão tenebrosa do nosso futuro vitivinícola? Seria um sinal do que está por vir? Pensando sobre o assunto agora de manhã, concluí que pedir salvaguardas para os vinhos nacionais é, de fato, sinal inequívoco de que os produtores gaúchos entendem e tratam a bebida como Coca-cola, como um produto passível de produção em série, padronizado. E se eles pensam assim, meu medo das salvaguardas fica ainda maior, pois é um indício do que seremos forçados a beber caso os importados deixem de chegar ao Brasil. Parece que os produtores nacionais desistiram de apostar na qualidade e na identidade do seu vinho - que o tornaria único e incomparável - para produzir uma bebida padronizada, como de fato já são alguns dos piores vinhos produzidos em solo brasileiro.

O absurdo do pedido de salvaguardas reside no fato de tentar tornar similares produtos completamente distintos. É como dizer que dá na mesma ouvir Michael Jackson e Gilberto Gil porque ambos são música. Ou que não há diferença entre comprar um Picasso ou um Romero Britto porque ambos "enfeitam a parede". Visão tupiniquim de gente sem cultura e sensibilidade. Ou de gente mal intencionada, que se aproveita da má fé dos nossos políticos para ganhar dinheiro fácil.

Eu compreendo e aceito pedir salvaguardas para indústrias que produzem itens replicáveis em qualquer lugar, como tecidos, brinquedos e até carros. Indo para um exemplo extremo, tenho certeza de que a Ferrari poderia abrir uma fábrica no Brasil e produzir um automóvel tão bom quanto o italiano. Mas duvido que a Domaine de la Romaneé-Conti seria capaz de elaborar um Borgonha na Serra Gaúcha!

Vinho é uma bebida única, que expressa terroir, o trabalho do enólogo e a filosofia do produtor. Eu bebo um Bordeaux porque ele é a expressão daquele lugar único. E é por isso que eu chamo um Bordeaux de Bordeaux, ora bolas! É ÓBVIO! Portanto, não se pode produzir o mesmo vinho em diferentes países, não cabendo salvaguardas, consequentemente. Cada garrafa conta uma história, expressa o resultado de um trabalho e a identidade de uma região. Tal como a música ou outras modalidades artísticas, é expressão cultural e da diversidade. Quanto mais acesso temos a essa diversidade, mais ricos somos como país e como pessoas.

Mas nosso governo e nossos produtores parecem entender de outra forma. Talvez porque tratem o vinho como commodity, como uma bebida industrial, replicável, padronizada e sem identidade. Tenho medo do que o futuro nos guarda em sua adega...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O que o Brasil tem de bom não precisa de salvaguardas

Nos últimos dias eu e 99% dos enófilos temos batido muito na questão das malditas salvaguardas, seus motivadores e efeitos mais práticos. Mas o que está por trás disso, além da ganância e do oportunismo, é a fraqueza da nossa indústria vitivinícola. Como eu disse há algumas semanas neste blog, a auto-confiança dos nossos produtores se mostrou rala como vinho de garrafão. Se precipitaram ao jogar a toalha, pois nos últimos tempos a qualidade do produto nacional vinha melhorando de forma consistente. Mas a vontade de garantir lucros fartos foi maior do que a ambição de ganhar o consumidor pela qualidade. Como os especialistas são eles, acredito que chegamos mesmo ao limite, não conseguiremos ser mais do que isso. Esta é a principal mensagem que tiro de toda esta palhaçada.

Já repararam que tudo o que o Brasil faz de bom não precisa de salvaguaras? Já ouviram falar de salvaguardas para o futebol? E para a música? Alguém já imaginou salvaguardas para carnaval ou telenovela? E salvaguardas para o turismo? Nas passarelas da moda e nas artes também não se ouve falar... Enfim, não é preciso ser muito esperto para constatar que o pedido de salvaguardas para o vinho é prova de que, se estamos bem em outras áreas, nesta capengamos. Uma pena...

Boicote, resposta democrática a medidas autoritárias

Ao contrário do que estão dizendo por aí a Ibravin e outras associações retrógradas que supostamente defendem os interesses dos produtores gaúchos, o boicote ao vinho nacional é uma manifestação democrática contra a tentativa de nos imporem o que devemos beber.

Eu boicoto e apoio lojas e restaurantes que boicotam o vinho nacional até que desistam dessa ideia inaceitável e prejudicial ao mercado do vinho e aos consumidores brasileiros.

E digo mais: sei de fontes seguras que, se as medidas protecionistas passarem, os grandes grupos de supermercados, que são os principais distribuidores dos vinhos brasileiros, também entrarão no boicote.

A hora é de pressionar e, se tudo der errado, dizer um não definitivo ao vinho nacional!

domingo, 1 de abril de 2012

Copa América de Vinhos 2012

Ontem à noite, eu e um grupo de amigos realizamos mais uma degustação muito interessante com vinhos das Américas, que batizamos de Copa América de Vinhos. A ideia foi reunir alguns dos ícones desses continentes para compará-los. Trata-se de uma brincadeira, obviamente, como qualquer degustação que proponha ordenar vinhos de safras, cepas e regiões diferentes. Mas foi divertido e, desta vez, surpreendente!

Foram selecinados para o painel 7 vinhos, entre eles um brasileiro, que por decisão do grupo, revoltado com a ideia das salvaguardas, foi excluído da foto e não será comentado por ninguém. Chegamos a considerar retirá-lo do painel, mas como já havia sido comprado, mantivemos. Uma pena, mas enquanto essa palhaçada durar eu e muita gente que conheço não compraremos e não comentaremos os produtos nacionais. Estes são os vinhos que consideramos: Opus One 2007, Montelena Estate Cabernet Sauvignon 2005 e Caymus Cabernet Sauvignon Special Selection 2008 (EUA); Almaviva 2008 e Don Melchor 2006 (Chile); e Nicolas Catena 2007 (Argentina).

Como é possível constatar, todos os vinhos ainda estavam muito jovens. Mas mesmo assim decidimos fazer a prova. Daqui 10 anos voltamos para os mesmos vinhos e fazemos outra, já que as garrafas foram compradas em duplicidade em sua maioria. Todos os vinhos passaram pelo menos 3 ou 4 horas no decanter. A ordem das garrafas na foto é a classificação final do grupo. Porém, como o blog é meu (!), comentarei a minha classificação pessoal!

O último colocado, surpreendentemente, foi o Don Melchor 2006, que claramente não estava em sua melhor forma. Não identifiquei nenhum dos defeitos clássicos, mas havia um ranço, uma ameixa meio passada, com final de boca adocicado, que incomodou a todos. Era o mais escuro do painel, muito denso, quase negro. No nariz, ameixa, um toque de chocolate, terra molhada e um oxidativo leve. Na boca, boa acidez, seguindo a linha do nariz, mas com um final enjoativo. Taninos ainda pegando um pouco. Bom corpo e boa persistência. Mereceu 88 pontos.

O quinto colocado foi o Montelena Estate Cabernet Sauvignon 2005. Rubi, com boa intensidade. No nariz, fruta vermelha, leve herbáceo e toque de madeira sutil. O álcool incomodou um pouco. Na boca, boa acidez, alcoólico, bom corpo e boa persistência. Taninos também jovens e presentes. Levou 89 pontos.

O quarto colocado foi o Opus One, o que me surpreendeu, pois já bebi esse vinho em pelo menos outras 3 degustações semelhantes e ele quase sempre foi o melhor. Recentemente perdeu apenas para um Grange, australiano quase imbatível quando se fala de Novo Mundo. Mas desta vez não foi tão bem. Rubi muito intenso. No nariz, leve vegetal, toque defumado, frutas vermelhas e bastante álcool. Na boca, boa acidez, mais tânico que os demais e muita madeira. Acho que em 10 anos poderá superar os demais se tudo isso evoluir bem, pois tem muita estrutura, corpo e persistência. Ganhou 89,5 pontos.

A terceira posição ficou com o Almaviva 2008. Também muito intenso na cor rubi. Nariz lácteo e um ataque de álcool no início. Abriu um herbáceo e uma goiaba que me fizeram deduzir sua origem. Na boca, ótima acidez, um pouco tânico ainda, com noz ou algo nessa linha no final, deixando um retrogosto levemente caramelado. Ótimo corpo e boa persistência. Recebeu 90 pontos.

O vice-campeão da noite foi o Caymus Cabernet Sauvignon Special Selection 2008. Rubi muito intenso. No nariz, vegetal, um pouco de madeira e um toque mineral. O álcool também incomodou no início, mas depois melhorou. Na boca, mostrou ótima acidez, taninos presentes, muito corpo (carnudo), quase mastigável e uma persistência enorme. Mereceu 90,5 pontos.

E o grande campeão das Américas foi a surpresa da noite: Nicolas Catena 2007, que na minha opinião correria por fora. Belo vinho e, o melhor: o mais barato do painel! Rubi intenso e halo violáceo, entregando a malbec, que compõe pouco mais de 30% nesse corte com cabernet sauvignon. No nariz, fruta vermelha compotada, leve lácteo e madeira elegante, puxando para toques agradáveis de mentol e caramelo. Na boca, excelente acidez, taninos presentes, mas já arredondando. Madeira evidente, bom corpo e ótima persistência. No conjunto foi o que mais me agradou. Trata-se de um vinho ainda bastante jovem, mas já muito bebível e agradável. Levou 91,5 pontos.

O painel foi muito bacana, mas certamente a juventude dos vinhos prejudicou qualquer comparação mais séria. Vamos ver como estarão lá na frente, quando de fato estiverem prontos para o abate!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Será, Salton?

A vinícola Salton, uma das gigantes brasileiras, acaba de soltar nota para a imprensa dizendo agora que é contra as medidas de salvaguarda. Agora que já praticamente emplacaram o plano maquiavélico dos grandes produtores para dificultar e encarecer a importação de vinhos? Agora que o apoio da Salton não é mais necessário, a vinícola se diz contra? E o que eles farão para reverter a situação? Usarão o poder que têm junto às entidades que os representam para impedir que as salvaguardas sejam implementadas? Ou apenas querem sair menos chamuscados dessa situação terrível que ajudaram a fomentar? Se a Salton se limitar à nota, de forma oportunista e covarde, será a primeira vinícola brasileira a sumir da minha adega. Espero que não me decepcionem e revertam a caca que criaram...

Esta é a nota:

Nota à imprensa

A Vinícola Salton esclarece que são as entidades representativas do setor, Ibravin, Uvibra, Fecovinho e Sindivinho que estão à frente do movimento para salvaguardas dos vinhos nacionais. A Salton, compreendendo que estas medidas podem restringir o livre arbítrio de seus consumidores, encaminhou ao Ibravin um documento informando que não apoiará a causa. Reforçamos ainda que a Salton, uma empresa centenária e brasileira, se preocupa muito com seus clientes e consumidores e que busca constantemente o melhoramento de seus processos e produtos, por meio de investimentos em novas tecnologias e programas de qualidade, para concorrer, de forma justa, com produtos nacionais e importados.

Assessoria de Imprensa  

sexta-feira, 16 de março de 2012

A indústria do vinho nacional envergonha o Brasil

Como brasileiro e consumidor de vinhos nacionais, estou envergonhado pelo que os nossos grandes produtores estão tentando fazer com o mercado de vinhos no Brasil. Mais do que envergonhado, estou frustrado, pois a tentativa junto ao governo de inviabilizar a importação de vinhos e eliminar a concorrência é um sinal claro de que nossos produtoras já não acreditam mais na sua capacidade de elevar a qualidade dos vinhos que vendem. Parecem não se achar competentes o suficiente para competir, ainda que tenham todas as condições para trabalhar com preços melhores do que os importados.

O que eu vejo na nossa indústria vitivinícola é a incapacidade de fazer nossos vinhos serem algo além do mediano ou, se é nessa faixa de qualidade que se pode atuar, fazer com que os preços sejam competitivos nessa faixa de vinhos mais simples. Os produtores brasileiros jogaram a toalha e acreditam que só sobreviverão se eliminarem os vinhos de melhor qualidade do mercado ou se jogarem seus preços na Lua, tornando-os inviáveis. E é isso que pretendem medidas idiotas como obrigar os importados a terem rótulos em português e dobrarem o imposto de importação.

Vejo nessa história toda um misto de incompetência, ganância e covardia. Me revolta saber que nossos produtores, em vez de melhorarem e baratearem seus produtos, preferem fazer lobby para aumentar impostos em um país cuja carga tributária já é absurda, em um país em que o vinho é visto como bebida de gente rica de tão caro que é. E a prova de que o objetivo é somente eliminar a concorrência para se refestelarem na mediocridade é que eles não estão trabalhando para reduzir seus próprios impostos, mas sim lutando para nos proibir de consumir vinhos de alta qualidade.

Eu já fiz uma promessa: se os impostos para importação de vinhos subirem, eu NUNCA MAIS compro uma garrafa de vinho nacional. Nem espumantes!

domingo, 4 de março de 2012

O "primeiro espumante do mudo" é o último que eu beberia!

Há tempos leio sobre esse espumante de Limoux, na França, e hoje resolvi provar. Reza a lenda (uma delas) que este é o primeiro espumante do planeta. Mas eu não beberia novamente nem se fosse  o último! Custa metade do preço de um champanhe básico em promoção e o dobro de um espumante nacional de boa qualidade. Qualquer um deles é bem mais negócio. Aliás, há um mar de prosecco, cava e outros espumantes mais baratos que são muito melhores.

Não caia no marketing desse espumante. Apesar de francês e da propaganda do produtor e do importador, não vale metade do que custa.

Mediterrâneo: ótimos brancos, sem a mesmice das cepas francesas

Semana passada, uma das minhas confrarias, a Sereníssima, fez uma experiência muito interessante com vinhos brancos elaborados em países banhados pelo Mar Mediterrâneo. A proposta era que cada confrade escolhesse uma região e levasse o seu exemplar. Degustamos rótulos da Itália (Sicília, Sardenha e Campanha), Espanha (Penedés), França (Coteaux de L'Ardeche e Gaillac), Croácia (Orebic) e Grécia (Peloponeso). Incluímos também um português do Alentejo, como "coelho", mas ele claramente destoou, apresentando estrutura e características bastante diferentes dos brancos do Mediterrâneo.

A grande lição que tirei desse painel foi que existem vinhos brancos de ótima qualidade quando saímos das cepas óbvias como Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling, Gewurstraminer, Chenin Blanc, Torrontés, Viura e outras produzidas em diversos países e que inundam as prateleiras das importadoras. Bebemos vinhos elaborados com uvas autóctones de nomes estranhos, como Insolia, Posip, Xerel-lo, Loin de L'Oeil, Moshofilero e Roditis. E revisitamos outras mais conhecidas, como Fiano di Avellino e Vermentino di Sardegna.

Fui para a degustação sem muitas expectativas, esperando beber vinhos diferentes e até mesmo alguma coisa interessante, de melhor qualidade. A grata surpresa foi ter bebido vinhos de fato bons e nada exóticos. Tive o prazer de conhecer produtos muito bem elaborados, com algumas características diferentes das cepas e regiões mais conhecidas. E o melhor: como são vinhos menos comerciais, os preços são ótimos. Bebemos vinhos de 88 e 90 pontos pagando entre R$ 50 e R$ 80. Uma pechincha se compararmos com franceses, espanhois, italianos, alemães, neozelandeses, chilenos e argentinos produzidos com uvas mais comerciais.

Os detalhes da degustação podem ser conferidos no blog da Sereníssima. Deixo aqui as dicas dos vinhos que mais me chamaram a atenção pela ótima relação custo-benefício, dos quais já fiz um pequeno estoque em minha adega: o Zagra Insolia, da Sicília (R$ 81 na Vinea), e o Is Argiolas, da Sardenha (está em promoção a R$ 54 na Expand). São vinhos típicos de duas ilhas italianas, valem cada centavo e merecem ser conhecidos.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Boa compra: Codorníu, ótimo cava a preço de espumante nacional

Estou felizmente surpreso com o cava Codorníu, que bebo agora neste final de tarde quente de Carnaval. Preço de espumante nacional, com excelente qualidade. Boa complexidade e acidez, nariz muito típico, persistente na boca e sem defeitos. Mesmo mais quente mantém o frescor.

Paguei R$ 40 - como sócio da Sbav de São Paulo, tenho 20% de desconto na Interfood, que comercializa este ótimo espumante espanhol a R$ 49,90 no site de vendas deles (www.todovino.com.br).

Vale cada centavo e adotarei como um dos meus espumantes para o dia-a-dia!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sbav-SP começa 2012 com a agenda recheada de eventos!

Minha querida Sbav inicia 2012 com a agenda cheia de atividades, incluindo o tradicional curso básico de vinhos, um curso especial com o amigo e confrade Aguinaldo Zackia e uma noite que promete com os bons vinhos italianos da Tahaa, no excelente Rosmarino, das amigas Stela e Angela. O ano promete!

27 de fevereiro - Curso de Champanhe e Espumantes, por Aguinaldo Zackia: Nesse dia, o escritor e crítico de vinhos Aguinaldo Zackia Albert ministrará o Curso de Champanhe e Espumantes especialmente para os associados e amigos da Sbav. Clique aqui e saiba mais.

28 de fevereiro - Norte da Itália é o tema da primeira degustação de 2012: Os bons vinhos do Piemonte e do Vêneto, duas das mais consagradas regiões produtoras da Itália, serão o tema do primeiro evento enogastronômico promovido pela Sbav neste ano! A degustação dos vinhos trazidos pela importadora Tahaa, que será seguida de jantar, acontecerá no restaurante Rosmarino. Clique aqui e saiba mais.


5 de março - Início do Curso de Formação e Introdução ao Mundo do Vinho: Direcionado a quem está iniciando suas experiências na área, o curso aborda temas como a história da bebida, os tipos de vinho e vinificação, técnicas de degustação, compra com base nas indicações do rótulo, serviço, tipos de taça e harmonização com comida. Clique aqui e saiba mais.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Boa compra: Argiano Rosso di Montalcino 2008

Saí para almoçar com minha família no sempre bom italiano Villa Cioé, na Rua Tupi, e pedi esse rosso, de forma despretensiosa. Me surpreendi! Ótimo preço para o que oferece, certamente um dos melhores rosso que já bebi. Tabaco e chocolate no nariz. Ótima acidez, bom corpo e boa persistência. Delicioso!

É vendido pela Vinci a cerca de R$ 85. Comprei umas garrafinhas para ter na adega. Altamente recomendado!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sbav abre 2012 com curso de Champanhe e Espumantes

A Sbav-SP começa o ano com novidades. A Associação Brasileira dos Amigos do Vinho acaba de lançar o Curso de Champanhe e Espumantes, ministrado em uma única aula, no dia 27 de fevereiro, por um especialista no assunto, o amigo e confrade Aguinaldo Zackia, autor do livro Borbulhas - entre outros.

Além de degustar champanhe e outros bons espumantes de diferentes países, os participantes terão a oportunidade de aprender um pouco mais sobre a bebida, incluindo a sua história, métodos de elaboração e classificação.

Trata-se de um evento altamente recomendado, cujos detalhes podem ser conferidos em www.sbavsp.com.br. Inscrições: 11 3814-7905 ou vinho@sbavsp.com.br.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Bota-fora no lixo

Uma decepção. É assim que defino as "superofertas" que recebi das primeiras importadoras a anunciar os seus "bota-fora" de começo de ano. Vi diversos blogs e sites festejando a chegada dessas promoções, mas o fato é que, via de regra, o que estão queimando é vinho encalhado. Os que são um pouco melhores têm apenas pequenos descontos.

Até agora não vi nada próximo do que foram os bota-fora de 5 ou 10 anos atrás, quando de fato podíamos comprar ótimos vinhos pela metade do preço. Me divertia e chegava a me emocionar com vinhos evoluídos e prontos para o abate, que eram vendidos a preço de banana para liberar espaço nos estoques ou apenas por que tinham pequenos defeitos no rótulo ou na rolha. Quantos belíssimos vinhos eu já comprei por 1/3 do preço apenas por que a rolha estava infiltrada ou o rótulo sujo pelo vinho vazado de outra garrafa!

De alguns anos para cá, a  verdade é que esse tipo de achado, que antes garimpávamos nas importadoras, deve estar sendo repassado "en primeur" para amigos e clientes vips. Para os simples mortais, sobra o bota-fora no lixo.