segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Espumantes para os dias e noites quentes que vêm por aí

Final de ano é época de beber espumante. No Brasil, o calor do verão é uma razão a mais para que isso aconteça e para que a bebida não seja consumida apenas nas comemorações do Ano Novo. Eu, por exemplo, faço estoque, pois o calor vai longe e bons espumantes são o melhor que podemos beber, seja na praia, seja aqui em São Paulo mesmo.

Geralmente coloco parte das garrafas na adega e parte na geladeira, para facilitar as coisas. Chegar em casa após o trabalho, numa noite quente, e ter de esperar o vinho atingir os 6ºC pode ser desesperador... Melhor deixar as garrafas do "dia-a-dia" prontas para o abate! Boas opções para essas ocasiões mais cotidianas são o Casa Valduga Arte Brut e o Dal Pizzol Brut Rosé. Ambos na faixa de R$ 25 a R$ 30 - vale comprar em maior quantidade ou direto dos produtores para pagar menos.

Já numa faixa acima, que vai de R$ 35 a R$ 70, geralmente opto por estes: Cave Geisse Brut, Casa Valduda 130Adolfo Lona Brut Champenoise, Miolo Millésime e Dal Pizzol Brut Champenoise. Entre os rosés, opto pelo bom portugês Filipa Pato 3B. Todos são muito legais e podem ser encontrados em casas especializadas, supermercados e sites na internet.

Para quem quer investir um pouco mais - algo entre R$ 150 e R$ 200 -, recomendo os champanhes Piper-Reidsieck Brut e Deutz Brut, que estão na faixa de preço dos champanhes mais manjados do mercado brasileiro, mas têm qualidade superior. Entre os franciacorta, recomendo o bom e velho Cuvée Prestige Cà del Bosco.

Mas se você quer experimentar algo diferente e sair do lugar-comum, duas experiências recentes me chamaram a atenção: o australiano Bridgewater Mill (Petaluma Wines), vendido pela Wine Society, e o húngaro Hungaria Grand Cuvée Brut (Törley), importado pelo Empório Húngaro. Ambos a menos de R$ 100 e muito interessantes.

Estas são as minhas dicas para encarar o calor sem ter de abrir mão de um bom vinho.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Casa Vidigal abre loja na Oscar Freire

Ontem, precisei comprar alguns vinhos para levar a um jantar e resolvi conhecer a recém-inaugurada loja da Casa Vidigal, na Rua Oscar Freire, 2.236, a duas quadras do Metrô Sumaré. Trata-se de mais uma boa opção na região, até então praticamente restrita ao tradicional Confraria Queijo & Vinho, na Av. Dr. Arnaldo.

São cerca de 500 rótulos, do Velho e do Novo Mundo, a preços interessantes, no geral. O Quinta da Bacalhôa 2008, a R$ 98, é um bom exemplo. Há opções bastante conhecidas, trazidas por grandes importadoras, como o Amayna, da Mistral. Outras, não tão fáceis de serem encontradas, como o bom neozelandês Cloudy Bay Sauvignon Blanc, que inclusive foi um dos vinhos que comprei para o jantar. Muito bacana, como geralmente são os sauvignon blanc da Nova Zelândia.

A lista de espumantes inclui opções que vão de Champanhe a bons nacionais, como o Casa Valduga 130. Para acompanhar a sobremesa, também há opções além dos manjados colheita tardia sulamericanos e de Vinhos do Porto, como Moscatéis de Setúbal - incluindo o Roxo -, Madeira e Tokay. A casa também trabalha com destilados e oferece um pequeno espaço para cursos, palestras e degustações. Vale conhecer.

Mais informações: www.casavidigal.com.br

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Americanbox e o conto do vidraceiro

Mais uma vez sou obrigado a utilizar este nobre espaço, usualmente dedicado ao prazer, para denunciar empresas que não são sérias e que, a despeito de deitarem e rolarem sobre o Código de Defesa do Consumidor e da Lei, continuam atuando e enganando desavisados como eu. A partir de agora vocês não poderão dizer que não foram alertados sobre a forma de atuar da Americanbox, que vende o serviço, pega o dinheiro e some. Parece incrível, não? Eu também duvidaria se me contassem. Mas é a mais pura verdade, que me custou R$ 4.500. Estes são aos fatos...

No dia 27 de outubro, contratei a Americanbox para executar o serviço de fechamento de 3 sacadas e 2 boxes de banheiro. Os prazos combinados foram 11/11 (boxes) e 27/11 (sacadas). Na assinatura da proposta, entreguei 2 cheques no valor de R$ 4.500 cada, com vencimentos em novembro e dezembro. Para a minha surpresa, em ligação realizada na primeira semana de dezembro para saber a razão do atraso na entrega dos itens contratados, descobri que o projeto simplesmente não foi feito por "problemas técnicos" (será?). A Americanbox não me contatou para comunicar tal fato e esperou eu entrar em contato, mais de 30 dias depois, para me dizer que "cometeram um erro" no projeto e que ele havia sido cancelado!

Como um dos cheques já havia sido descontado – mesmo depois de a Americanbox saber da inviabilidade do projeto –, venho enfrentando muitas dificuldades e descaso para recuperar meu dinheiro. Eles simplesmente não me atendem, não respondem e-mail e, quando eu consigo falar, dizem que o “cancelamento” já foi encaminhado e que será aprovado por toda a gerência antes da devolução do dinheiro. A previsão é que o processo leve 20 dias. Pedi para formalizarem esse prazo por e-mail, mas eles simplesmente não fazem e dizem que não podem prometer nada. Como se estivessem me fazendo um favor de devolver o dinheiro que tomaram de mim!

Considerando que não se trata de desistência de compra, mas sim da não-entrega deliberada do que foi comprado e pago, mando e-mails diariamente para a Americanbox há duas semanas, exigindo a devolução imediata do meu dinheiro. Nenhum dos contatos que faço é retornado. Nessa série de e-mails, disse inclusive que tomaria as providências cabíveis, entre elas acionar o Procon e fazer um Boletim de Ocorrência por estelionato, que é exatamente do que se trata. Mas nada comove ou amedronta a Americanbox, que parece certa da impunidade!


Continuo aguardando a devolução do meu suado dinheiro, mas já estou buscando a solução em outras esferas. As amigáveis estão praticamente esgotadas. Basta ver a ficha corrida desta empresa no site Reclame Aqui para desanimar e ter a certeza de que a dor de cabeça vai longe. Viver no Brasil definitivamente é um desafio de paciência...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Boa compra: Clos de Torribas Reserva

Para compensar a reclamação do post anterior, termino o feriado com uma boa dica de compra, daquelas fáceis de realizar. Estou falando do Clos de Torribas Reserva, no caso, safra 2005, comprado no Pão de Açúcar. É um vinho espanhol, de Penedès, que surpreende pela relação entre qualidade e preço. Custa R$ 45,90 e vale cada centavo. Comprei por curiosidade e tive uma grata surpresa. Acompanhou uma pizza, mas poderia ter feito bonito em companhia de muitos outros pratos, como risotos, massas e carnes leves.

No visual, já mostra alguma evolução. No nariz, é complexo, lembrando os bons tempranillo espanhois, com boa madeira, um toque de fruta bem madura e baunilha, mas prevalecendo os aromas terciários. Na boca, traz frutas vermelhas, o tostado da madeira e um pouco de couro no retrogosto. Médio corpo e boa intensidade. É o tipo de vinho que agrada principalmente quem curte rótulos do Velho Mundo, pois não carrega na fruta e no álcool. Vale cada centavo e pode ser encontrado no supermercado, o que ajuda muito.

Recomendo para o dia-a-dia e também para uma recepção, quando se quer algo barato, que agrade a todos e que vá bem com o maior número possível de alimentos.

Sujinho e durinho

Evito postar críticas a lugares que visito, pois acho mais útil e interessante gastar tempo e espaço no blog para dicas positivas. Porém, a decepção de hoje foi tamanha que resolvi registrar.

Por incrível que possa parecer, eu ainda não conhecia o Sujinho, na Consolação, apesar das inúmeras recomendações de amigos e dos incontáveis elogios publicados pela imprensa. O fato é que nesta manhã fui comprar materiais de iluminação na Consolação e resolvi finalmente conhecer a famosa bisteca bovina do Sujinho. A expectativa era grande, do tamanho da própria bisteca.

Ao entrar no restaurante, tive a sensação de estar no também famoso Filé do Moraes da Alameda Santos. O estilão é bem parecido, um misto de restaurante mais simplório e tradicional, com garçons antigos vestindo aquele uniforme branco e antiquado. Enfim, nada de surpresa e tudo muito parecido com o que eu imaginava. Mas a bisteca...

Bom, assim que cheguei, peguei o cardápio apenas por desencargo de consciência, pois estava decidido a pedir o carro-chefe da casa. Para acompanhar, meia porção de fritas e meia de arroz carreteiro. Cerca de 15 minutos depois chega a bisteca, bela, suculenta e ao ponto, como eu imaginava. Saquei o garfo e a faca para iniciar o ataque, mas tais instrumentos se mostraram quase inúteis diante da rigidez da carne. Comecei de novo, cortando a partir da outra ponta, mas os "nervos de aço" estavam por toda a parte. Repeti o procedimento, na esperança de encontrar uma frente de batalha menos dura, mas foi em vão. Quando eu pensei em reclamar para o garçom, já havia picotado toda a bisteca.

Fiquei tentando encontrar explicações para o que acontecia. Seria a falta de hábito de comer bisteca? Não era o caso, pois esse é um tipo de carne que estou acostumado a comer e inclusive a preparar. Seria azar e eles erraram na minha vez? Isso pode ser... Mas, de qualquer modo, é imperdoável acontecer justo com o carro-chefe da casa. É como o Jardim di Napoli errar no Polpetone ou o Ponto Chic no Bauru.

Como essa bisteca é quase um mito, quis registrar aqui que comi e não gostei. Foi certamente a pior que provei nos últimos tempos, apesar de o sabor estar ok (nada de especial, mas agradável). O Sujinho definitivamente se sujou comigo.

domingo, 6 de novembro de 2011

Bons Vino Nobile em uma noite toscana surpreendente


Ontem, bebi 5 diferentes Vino Nobile di Montepulciano e achei interessante como a qualidade deles era quase que inversamente proporcional ao preço. A degustação aconteceu na casa de um casal de amigos, que nos recepcionou com um ótimo menu "à toscana". O prato principa, um Pici al Ragu di Filetto, estava excelente! Filé cortado na ponta da faca em um molho de tomates delicioso, que banhava a típica massa toscana, semelhante ao bucatini.

Mas voltemos aos vinhos. Começando pelo mais fraco, o Redi 2004, oferecido pelos donos da casa (explicada a bajulação do primeiro parágrafo). Foi trazido na mala, e a expectativa era grande pela "exclusividade" do rótulo. Custou 25 euros (seria uns R$ 200 no Brasil?). Frutado do nariz, com toque vegetal. Na boca, um pouco magro e curto, com acidez a desejar.

A decepção, para mim, foi o Dei 2006, que custou R$ 118 e f
icou em penúltimo lugar. Muita fruta fresca, em especial cereja. Na boca, caramelo, taninos jovens e boa acidez. Corpo magro e pouco persistente. Não promete muito. Já na terceira posição, o Avignonesi 2005, a R$ 156. Um pouco fechado, com um toquezinho floral. Tânico demais na boca, deixando uma secura "chata". No entanto, boa acidez e talvez um dos que melhor evoluirão. Certamente foi bebido cedo demais.

Em segundo lugar, o excelente e típico Poliziano 2006, tecnicamente empatado com o primeiro. Nariz bastante complexo, com floral, fruta madura, terra, cogumelos, um pouco de baunilha e um discreto químico. Este custou R$ 135. Já o melhor, mais complexo e surpreendente foi o La Braccesca 2004, que custou R$ 95. Muito intenso na cor, nariz rico em frutas passificadas, couro e ervas. Ótimo corpo e boa persistência. Um vinho acima da média, suculento, quase um Brunello. Aliás, talvez melhor do
que alguns deles. Excelente compra!

Em tempo: Aproveito para fazer uma menção honrosa ao Vernaccia di San Gimignano Riserva do Palagetto, oferecido pelo casal de amigos, que abriu os trabalhos. Belíssimo vinho! 

sábado, 29 de outubro de 2011

Villa Cioé: gastronomia italiana de primeira e "rolha livre"

A minha mais recente descoberta é o Villa Cioé, mais um bom restaurante na Rua Tupi, em Higienópolis, este com foco na culinária da Toscana. Apresenta uma cozinha muito correta e caprichada, coisa rara de se encontrar em restaurantes sem "nariz empinado", sem estrelas e preços estratosféricos. Esse entrou na minha lista de ótimos restaurantes "viáveis", ou seja, nos quais eu possa ir sem que para isso haja uma data especial ou eu tenha de lavar a louça. Alto nível sem abusar na conta.

O forte no Villa Cioé são as especialidades toscanas, como o delicioso Capelle de Finocchiona, uma massa recheada com o típico salame italiano com erva doce, ou finocchio, como esta hortaliça é chamada na Itália. É puxado em uma espécie de molho branco aromatizado com ervas e temperos. Delicioso!

Para a entrada, não dispenso os arancini, típicos bolinhos italianos preparados com "restos" de risoto. Na sequência, ainda para abrir o apetite (para quem tem pouca fome é possível parar por aqui), recomendo as polentinhas cremosas, servidas em panelinhas. São três opções: lula, cogumelos e parmesão com azeite trufado. Geralmente opto por esta última.

Para os amantes do vinho, a boa notícia é que, além de oferecer boa carta de vinhos e preços adequados, o restaurante permite que se leve a própria garrafa, sem cobrar taxa de rolha. Para mim, esse é um atrativo e tanto. A propósito, o serviço é muito bom também. Para quem tem confraria, recomendo realizar encontros por lá. Realizei um semana passada e está mais do que recomendado. Há 2 salas no andar superior que comportam até 10 pessoas cada. O serviço fica a cargo do competente Fernando e da turma atenciosa e discreta que trabalha na casa.

domingo, 18 de setembro de 2011

Boa compra: Casa Valduga Premium Cabernet Franc 2007

Nesta semana estive no Ráscal do Shopping Villa Lobos, um dos meus favoritos, e tive a felicidade de receber uma bela dica do sommelier dessa unidade, o Rodrigo Sbruzzi. Desta vez a grata surpresa é um vinho nacional, que me surpeendeu pela qualidade para um vinho teoricamente mais simples e elaborado com uma uva que sozinha não costuma resultar em grandes vinhos.

Trata-se do equilibradíssimo Casa Valduga Premium Cabernet Franc 2007. Com taninos aveludados, bom corpo, boa intensidade e boa persistência, esse vinho vai muito além do que se espera de um rótulo dessa linha mais simples, que custa cerca de R$ 35 nas lojas do ramo.

Foge daquele herbáceo com fruta madura que caracteriza alguns nacionais mais simples, muitas vezes enjoativos por serem verdes ou vinsos demais. Este é diferente. Mostra boa fruta, sem nada que remeta a colheita prematura ou qualquer outro problema com as uvas. Madeira bem trabalhada, que confere uma baunilha sutil e um pouco de couro. Muito além do que eu imaginava. Briga com vinhos do nível do Salton Talento e do Merlot Terroir, também muito bons, mas que custam pelo menos o dobro.

Recomendo este vinho e as dicas do competente Ricardo. E, é claro, recomendo o Ráscal do Villa Lobos, que além de boa comida tem uma carta excelente.

domingo, 11 de setembro de 2011

Culinária portuguesa em alta em São Paulo

Já mencionei aqui o Quinta de Santa Maria por conta da taxa de rolha adequada, mas não comentei sobre a qualidade da culinária deste ótimo restaurante português, injustamente ainda pouco falado e conhecido em São Paulo. Outros mais requintados acabam ganhando a cena, como A Bela Sintra, Antiquarius e Bacalhoeiro - todos excelentes, mas caríssimos e muitas vezes exagerados na sofisticação e no serviço. Não vou gastar muito tempo descrevendo o ambiente, o atendimento e o menu, pois o que vale é ir e conferir. Dou apenas a dica.

O Quinta de Santa Maria está localizado longe dos holofotes da imprensa especializada, na Rua Cerro Corá, no Alto da Lapa. Trata-se de uma casa com decoração tipicamente portuguesa, com uma varanda muito gostosa na entrada, onde eu costumo ficar nos dias de sol. Ao lado do bar, está a dega, que tem uma grande variedade de rótulos, especialmente portugueses, a preços justos. Muitas vezes levo meu vinho e acabo deixando na sacola mesmo, especialmente pelas boas opções de vinhos verdes e brancos maduros, alguns de fabricação própria.

Do cardápio, já provei quase tudo. Mas geralmente fico nas alheiras e no bolinho de bacalhau de entrada, ambos fora de série. Para o prato principal, recomendo todos os de bacalhau, em especial o Gomes de Sá. O arroz de pato e as opções com cabrito também são fantástica. Na minha opinião, não fica devendo para os patrícios mais estrelados da cidade. Mais informações: www.quintadesantamaria.com.br/

Aproveito para mencionar o novo Tasca da Esquina, filial brasileira do homônimo lisboeta e que também surpreende pela qualidade do que oferece. A carta não é tão vasta, mas há coisas boas, também com ênfase em Portugal. Esse está localizado em ponto nobre, na Alameda Itu, e a conta já é um pouco mais salgada, como quase tudo naquela região. Mas vale a visita também. É uma ótima alternativa aos tradicionais e caros portugueses paulistanos. Mais informações: www.tascadaesquina.com.br/

sábado, 13 de agosto de 2011

Lojas boas e baratas e SOS vinhos

Semana passada postei uma dica de loja com bons preços em Santiago, no Chile, e um amigo me perguntou por que eu nunca dei dica de lojas "barateiras" aqui no Brasil. Na verdade, a questão é que eu compro muito em importadoras, pois geralmente não compro apenas uma garrafa e sempre há vantagens para quem compra em maior quantidade - seja em descontos, seja na isenção de frete.

No entanto, vira e mexe eu preciso de um vinho específico para uma degustação, jantar ou almoço de última hora. Aí tenho, sim, quem me abasteça. Muitas vezes cobrando menos do que na própria importadora. E, muitas vezes, oferecendo safras já indisponíveis nas importadoras e uma variedade que não se encontra em um único lugar, mesclando nacionais e importados.

Indico, aqui, os lugares nos quais compro vinhos quando preciso de algo com urgência, muito específico, de safra antiga ou com preço melhor do que eu conseguiria na importadora.

Empório Fernandes
É uma pequena loja na Pamplona (está mais para um showroom), onde o Adair e equipe atendem clientes para fechar o fornecimento de vinhos para eventos. De quebra eles também vendem no varejo e mandam buscar o vinho que você precisar, em quase qualquer importadora do Brasil, repassando ao cliente ao mesmo preço ou, dependendo do caso, com desconto "especial". Já tive algumas emergências e em questão de poucas horas colocaram a garrafa que eu precisava nas minhas mãos. É o meu SOS Vinho: www.emporiofernandes.com.br

Venews
Também fornecedora de vinhos para eventos, esta loja mantém um espaço grande na Brigadeiro Luis Antônio para expor seus produtos. Tem bons preços, equivalentes aos das importadoras, mas aqui você encontra coisas como o Gattinara Travaglini Reserva Magnum safra 2001 e outros bons italianos, franceses e chilenos "fora de linha". Encontra, também, vinhos tops, como uma vertical de Almaviva, incluindo safras mais antigas e alguns dos Premier Cru de Bordeaux. Vende outras bebidas e alimentos: venewsbebidas.com.br

Boccati
Esta fica em Caxias do Sul, no RS, e é um achado para mim. Para quem gosta de vinhos de safras mais antigas, aqui é possível comprar Brunello da década de 90 e outras coisas do começo da década passada. A variedade é boa e inclui nacionais também, quase sempre a preços bem abaixo do que se paga em São Paulo. Vale fazer um pedido grande para ganhar no frete. Geralmente lanço mão dessa alternativa quando quero comprar algo que não encontro em São Paulo e estou com vontade de incluir alguns espumantes nacionais no pedido. Quase sempre os importados que eles vendem estão abaixo do preço da importadora em São Paulo: www.boccati.com.br

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Loja de vinhos mais barata do Chile e vinícola promissora

Na última semana estive em Santiago, no Chile, conhecendo o que possivelmente é a capital mais bonita da América do Sul. Fantástica, limpa e organizada. Passei a admirar ainda mais os chilenos.

O passeio todo foi muito legal e prazeiroso. Eu poderia passar horas escrevendo, mas a minha profissão me ensinou que "menos é mais". Assim, vou ser pontual e dizer somente duas coisas que quem estiver no Chile não pode perder:

Comprar e jantar na loja mais barata que conheci
Além de contar com boa parte dos melhores vinhos do país, incluindo os chamados "tops", a pequena loja Baco tem os preços pelo menos 20% menores do que consagradas como El Mundo del Vino e Wain. E essa é a política deles, segundo a simpática e competente Marina, brasileira radicada no Chile e que é certeira em suas dicas. Ao lado da loja também há um bistrô muito aconchegante, onde possivelmente fiz minha melhor refeição no Chile - acredite, bebendo um dos tops (Don Maximiano), paguei menos do que costumo pagar em restaurantes medianos em São Paulo. Para quem mora no Brasil, beber e comer em Santiago é uma festa! Baco Vino y Bistro: Nueva de Lyon, 113 ou Santa Magdalena, 116 (2 entradas), bairro Providência. Telefone para fazer reserva do Brasil (aconselhável): 56 2 231 44 44.

Conhecer uma vinícola promissora, com foco na qualidade e na sustentabilidade
Tive a chance de visitar a Pérez Cruz (www.perezcruz.com), que ainda está fora do circuíto turístico do Chile, mas na qual aposto minhas fichas no sucesso, seja pelos excelentes vinhos que produz, seja pela filosofia de respeito e sinergia com o meio ambiente. Isso está claro desde a arquitetura da empresa até a forma como produz seus vinhos. Durante a visita fui guiado pelo Alejandro, entusiasta da empresa onde trabalha, o que para mim é mais um sinal claro de que ela está no caminho certo. Provei seus vinhos e recomendo fortemente, pois fogem do padrão "fruit bomb" de muitos vinhos badalados da América do Sul. No Brasil, por sorte nossa, os vinhos da Pérez Cruz são importados pela também promissora Abflug (www.abflug.com.br).

De tudo o que eu vi e fiz no Chile, recomendo isso!

sábado, 25 de junho de 2011

O copiloto de churrasqueira

Fazer churrasco é uma terapia. Além de ser algo relativamente fácil, simples, é uma atividade gastronômica que nos entretém por algumas horas, dá prazer, e os resultados são quase sempre satisfatórios. Eu sempre fui o churrasqueiro da família. Inicialmente, não por vontade própria, mas porque era conhecido como o sobrinho que gostava de cozinhar. Depois me firmei no cargo e passei a ser convidado para aniversário de pessoas que sequer conhecia.

No começo, ficava meio assustado e ansioso com a responsabilidade, já que os churrascos na minha família reuniam até 30, 40 pessoas. Quando percebi que a coisa era mais ou menos simples – bastava não deixar a carne tão mal passada para as mulheres e tão bem passada para os homens –, até que comecei a me divertir. Chegava pelo menos 1 hora antes do início do almoço e já começava os trabalhos. Franguinho e linguiça iam para a grelha logo cedo, de forma que quando o batalhão chegasse já havia o que comer. Isso me dava tempo para preparar as carnes que não poderiam ir para a grelha antecipadamente, como picanha, maminha e alcatra.
Com o passar do tempo, no entanto, esses churrascos deixaram de ser uma terapia para mim e se tornaram uma grande fonte de irritação. Não sei se estou ficando velho e isso esteja influenciando, o fato é que comecei a ter “tolerância zero” com uma figura sempre presente em qualquer churrasco que se preze: o copiloto de churrasqueira.
O copiloto de churrasqueira é aquele cidadão que logo que chega no churrasco cola do seu lado e não para de dar “dicas” – que você obviamente não pediu – para que o seu churrasco seja o melhor do mundo. Geralmente ele entra em ação aos finais de semana e feriados. O que mais irrita nesse profissional da encheção de saco é que ele não coloca a mão no carvão ou na faca de jeito nenhum. Parece um veterano aposentado que agora faz parte do conselho consultivo do churrasco. Fica o tempo todo com o copo de cerveja geladinha na mão, camisa impecável e cabelo devidamente engomado. Vez ou outra te oferece um pouco de cerveja, sendo essa, na minha opinião – não é justo apenas criticar o colega de trabalho –, a sua grande contribuição para o sucesso do churrasco.
Os palpites começam já na forma de acender a churrasqueira. Se você usar o acendedor que vem com a embalagem do carvão, lá vem o palpite: “Eu conheço uma forma bem melhor. Já experimentou molhar o pãozinho com álcool...”.  Aí você resolve seguir a dica do cara para fazer amizade – acredite, em alguns casos o copiloto, cujo nome você nunca irá se lembrar, se apresenta a você no momento em que assume o posto.  Acesa a churrasqueira, é hora de ajeitar o carvão. E, aqui, todo mundo também tem a sua técnica testada e aprovada. Se você espalhar o carvão, o seu colega dirá que “o ideal é colocar ele no canto”. Se você colocar no canto, pode apostar que terá esquecido algum detalhe, que prontamente será lembrado pelo copiloto.
Mas o pior é quando você coloca as mãos nas carnes... Aí o festival de dicas e palpites é uma enormidade. Cada um tem a sua forma de salgar e cortar a picanha. E já percebi que são quase infinitas as combinações: corta antes e salga em seguida; corta depois e salga sobre a grelha, corta o bife com 2 dedos de altura e não salga antes de começar a grelhar; salga depois de pronta; usa espeto e bate o sal antes de ir para a churrasqueira; coloca a gordura para baixo primeiro; corta em bife; coloca a peça toda; vira do avesso; corta de um lado; corta do outro; não corta... E não para por aí. O ajudante de plantão tem a melhor estratégia para estabelecer a ordem de servir e o ponto de cada carne, domina a técnica do “corte aperitivo” e assa uma cebola como ninguém!
Durante anos fiquei tentando imaginar porque esse especialista do churrasco nunca arregaça as mangas e assume o comando. Ao mesmo tempo, nunca me intimidei e passei os espetos para o auxiliar indesejável,  pois estaria dando o braço a torcer e aceitando que ele era mais competente que eu. Coisa de iniciante inseguro... Também nunca entendi porque esses caras, que geralmente são médicos, advogados, administradores, professores, profissionais liberais de toda espécie ou mesmo funcionários públicos ou de multinacionais, nunca largaram a caneta e abriram suas redes de churrascarias ou casas de carnes para competir com Fogo de Chão e Bassi. Seria um sucesso!
O fato é que, hoje, raramente vou para a churrasqueira. Faço isso apenas para grupos muito pequenos, quando conheço todo mundo e tenho a liberdade de mandar o copiloto às favas sem que isso gere um grande mal estar. Minha paciência com gente chata está cada vez menor, especialmente quando isso atrapalha momentos que devem ser apenas de prazer. No trabalho, somos pagos e obrigado a aguentar mala sem alça. No lazer, de jeito nenhum!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um novo astro na cena gastronômica

O universo gastronômico é fascinante não apenas por se basear na constante busca do prazer, mas, também, por ser um ambiente de experimentações. Novas descobertas excitam chefs e comensais, muitas vezes criando tendências, e outras, apenas modismos. Para alguns aficionados, a cozinha é quase um laboratório, e novos ingredientes e técnicas dão sentido ao seu trabalho.

No cenário multicultural em que a cozinha atual está inserida, que mistura tradição, contemporaneidade, local e internacional, tudo pode acontecer. Especialmente na cozinha de gênios da gastronomia, como o renomado chef catalão Ferrán Adrià, que, depois de popularizar as famigeradas “espumas”, leva o crédito de ter apresentado ao mundo ocidental o mais novo astro da gastronomia mundial: o alho negro.

Clique aqui e leia mais na revista Free Time.

sábado, 4 de junho de 2011

Simplicidade e tradição fazem uma boa pizza

Às vezes ficamos esperando encontrar lugares e vinhos fora de série para indicar e nos esquecemos de que, no dia-a-dia, também comemos e bebemos e queremos tirar o máximo dessas experiências, ainda que com certa simplicidade. Quando nos damos conta disso, a ficha cai e percebemos que não precisamos esperar conhecer uma grande surpresa para recomendar aos amigos.

Isso posto, indico hoje um lugar que vou sempre e que, mesmo em casa, consigo curtir pelo "delivery". Estou falando da Famiglia Lucco, na Lapa, que é a minha pizzaria oficial para o dia-a-dia e também para algumas ocasiões especiais. E são várias razões para isso.

A primeira é que o lugar, apesar de bonitinho e bem arrumado, não tem frescura. Não é restaurante da moda - tem bastante tempo de estrada - e mantém garçons que atuam e se vestem de forma tradicional - sem modeletes recepcionando na porta e moçadinha com lencinho na cabeça, jogando charme para todo lado e esquecendo o chope no balcão.

Mas o principal, claro, é a pizza. É daquelas bem tradicionais, sem frescura do "prefere massa fina, média, grossa, com borda recheada de catupiry", coisa de quem quer fazer da pizza um Big Mac italiano. Lá, a pizza é aquela que comíamos com nossos pais e avós, mas muito bem feita. Muito mesmo, qualquer uma que se peça vem com ingredientes de primeira e com a massa como deve ser: crocante e saborosa.

Outro diferencial importante é que a casa permite que você leve o vinho. Eu sempre levo os meus e sou muito bem recebido. Quando me vê com as garrafas, o prestativo e simpático Ferreira se apressa para pegar o balde de gelo e taças de boa qualidade. O serviço é impecável, mas sem ser pedante, e o jantar transcorre na maior tranquilidade e descontração, como deve ser em uma pizzaria. Nada de luz escura, decoração de bar da Vila Olímpia e sommelier fazendo charme para abrir a sua garrafa. O Ferreira manda brasa no saca-rolhas e te deixa à vontade para beber seu vinho.

Para quem mora na Lapa ou na Vila Leopoldina e está acostumado a gastar R$ 60 para comer uma boa pizza na Brascatta, na Ritto ou no Ráscal, fica a aqui uma alternativa interessante e bem mais em conta.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Boa compra: Sonsierra Reserva

Ano passado bebi um Rioja Reserva que me chamou a atenção pelo equilíbrio e pela facilidade de beber, qualidades que se somaram ao que Rioja tem de melhor, na minha opinião: o bom uso da madeira e um monte de aromas terciários. O vinho em questão é o Sonsierra Reserva, que conheci em uma degustação para a revista Free Time.

Na ocasião, a safra 2002 desse vinho ficou na frente de outros Rioja e Ribera bem mais caros. Teve desempenho equivalente a vinhos que custavam duas ou três vezes mais e inclusive foi eleito o melhor do painel por um dos degustadores participantes.

Saí dessa degustação e comprei algumas garrafas, que venho bebendo até hoje. Uma delas foi submetida a uma nova prova, desta vez de uma de minhas confrarias, e deixou para trás famosos como Viña Ardanza, Mauro e Torremilanos.

O problema é que meu estoque baixou e fui para a internet procurar o Sonsierra, que é importado pela Barrinhas - é inútil ligar para eles e tentar comprar diretamente... Encontrei uma bela promoção desse vinho no site do Empório Santa Joana, que está saindo a R$ 79,90. Se custasse o dobro ainda seria uma boa compra. Repus meu estoque e indico essa oportunidade para vocês.

Em tempo: Bebi as safras 2000 e 2002, ambas redondas e prontas para o abate.

domingo, 29 de maio de 2011

Copa do Mundo dos Vinhos 2011

Ontem à noite, o restaurante Rosmarino foi palco de uma competição fantástica. Batizada de Copa do Mundo dos Vinhos 2011, o evento reuniu 10 pessoas para um embate entre gigantes: Chateau Margaux 2001, Vega Sicilia Único 1999, Sassicaia 2005, Opus One 2006 e Almaviva 2006.

Na verdade, foi uma grande brincadeira entre amigos que viajaram e trouxeram na mala esses vinhos com o objetivo de comparar ícones do mundo. Os trabalhos foram abertos com o Franciacorta Cá del Bosco e com o Champanhe Tattinger. Nessa disputa, houve empate. Eu, particularmente, preferi o Champanhe, que me pareceu mais "redondo". Mas a briga foi equilibradíssima.

O interessante desse painel é que, a exceção do Vega Sicilia, todos os demais seguem a linha bordalesa, sendo elaborados por "inspiração" dos grandes vinhos de Bordeaux, entre eles o próprio Chateau Margaux. De certa forma, o confronto era quase entre o "original" francês e os que tentam sê-lo. A cabernet sauvignon foi a grande estrela da noite e se destacou em todos os vinhos - exceto no espanhol, que é praticamente um varietal tempranillo, com apenas 15% a 20% de cabernet sauvignon e merlot.

O resultado final foi praticamente uma repetição do "Julgamento de Paris", com o californiano em primeiro e o bordalês em segundo. Ambos seguidos de perto pelo espanhol, pelo italiano e, em último (para o grupo), pelo chileno, que, para mim, ficou praticamente empatado com o Margaux na segunda posição.

O fato é que o Opus One é um baita vinho, daqueles inesquecíveis. Eu o identifiquei na hora, assim como o Chateau Margaux, ambos muito característicos das suas regiões. São dois gigantes, mas desta vez o americano ficou na frente, por toda a sua estrutura, seu equilíbrio e um corpo surpreendente, quase mastigável. Apesar de ainda jovem, estava perfeitamente bebível, como deve ser um vinho mais moderno mesmo na juventude.

Cor rubi intenso, sem nada que sinalize evolução. Nariz com tostado, um toque de coco queimado bem sutil. Muita fruta madura e especiarias são marcantes nesse vinho. Na boca, boa acidez, taninos presentes, mas macios. Excelente corpo e persistência quase infinita. Final de boca "caramelado". Simplesmente fantástico! Dei 94 pontos, contra 93,5 do segundo colocado. Mas poderia ser mais.

As "decepções" da noite - se é que vinhos acima de 90 pontos podem decepcionar -, foram o Sassicaia e o Vega Sicilia. O primeiro porque não tinha a mesma expressão dos demais. Era muito redondo, mas um "tom" abaixo dos campeões no que se refere a estrutura, corpo e persistência. Já o Vega Sicilia me decepcionou porque não se mostrou "típico". Bebi esse vinho recentemente e bebo quase que semanalmente Ribera del Duero. No entanto, desta vez, aromas meio diferentes, de borracha e chocolate amargo, não deixaram o vinho expressar as nuances da boa madeira e da evolução desse ícone espanhol. Ainda sim mereceu 90 pontos.

Nessa Copa do Mundo dos Vinhos, os EUA levaram a taça, deixando para trás franceses, italianos, chilenos e espanhois.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Boa compra: Kaiken Cabernet Sauvignon

Ontem, vivi uma experiência muito bacana. Tive o privilégio de participar da escolha dos vinhos do casamento de bons amigos. O mais interessante e divertido é que a escolha foi feita em uma degustação às cegas! A idéia era confrontar 3 opções de espumantes e 6 de tintos, todos na faixa de R$ 20 a R$ 40, para eleger os melhores em cada categoria.

O resultado foi surpreendente. Pelo menos para mim, pois dei notas entre 87 e 88,5 pontos para 3 vinhos. Nessa faixa de preço, não esperava beber algo acima de 87 pontos, o que já seria um grande mérito. Não vou comentar todos os vinhos. Escolhi destacar aquele que, quase por unanimidade, foi o melhor da noite e será o vinho tinto do casamento - o espumante vencedor foi o Arte Brut, da Valduga, imbatível na sua faixa de preço. Aliás, como quase todos os espumantes da Casa Valduga.

A "boa compra" desta vez é o Kaiken Cabernet Sauvignon, que me surpreendeu pela estrutura e pelo uso muito bem feito da madeira. Às cegas, se me pedissem para chutar o preço, iria na casa dos R$ 60 fácil, que é o dobro do que custa esse vinho. Trata-se de um belo produto do argentino Kaiken, que tem por trás os chilenos da Montes Alpha. Além da cabernet sauvignon, esse vinho leva 10% de malbec.

De cor rubi intenso, esse vinho tem nariz remetendo a fruta e a madeira de boa qualidade, além de couro. Um toque de fruta, muito bem casado com a madeira nova, tornam o vinho muito agradável e fácil de beber, com um certo "adocicado". Ainda está um pouco tânico, mas para acompanhar o jantar do casamento, que possivelmente terá carne, certamente será adequado.

O importador é a Vinci, mas esse vinho pode ser encontrado com facilidade em lojas do ramo.

domingo, 22 de maio de 2011

Boa compra: Orzada Cabernet Sauvignon 2005

Hoje, meu almoço foi um pouco diferente do tradicional. Fui a uma churrascaria no esquema de rodízio e levei o meu vinho - um chileno do qual sempre gostei e que hoje, mais uma vez, se mostrou um ótimo vinho, especialmente acompanhando carnes vermelhas. Para abrir os trabalhos, pedi um espumante da carta: o Casa Valduga Premium Brut, básico desse produtor, mas que nem por isso deixa de ser um excelente espumante. Aliás, a Casa Valduga é cada vez mais uma referência quando se fala de espumantes - não apenas nacionais.

Voltando ao chileno, resolvi postar desta vez porque está em promoção (de R$ 69 por R$ 47,61), fazendo com que esse vinho seja, para mim, um dos melhores custos-benefícios sulamericanos do mercado. Trata-se do Orzada Cabernet Sauvignon 2005, elaborado pela Odfjell no Valle do Curicó e importado pela World Wine. Já bebi 3 safras desse vinho nos últimos 5 anos e a sua consistência é louvável para essa faixa de preço.

Diferentemente de boa parte dos sulamericanos mais acessíveis, que carregam na madeira e no álcool, esse é um vinho fácil de beber, pois equilibra fruta e madeira, com aquele toquezinho de coco tostado que, na medida certa, torna o vinho muito agradável. Tem boa estrutura e persistência e foi muito bem com o churrasco.

Essa safra está redonda, o que não significa que esteja no fim da linha - bem longe disso. Sinceramente, não entendi muito a razão da brusca queda no preço. Melhor do que tentar entender é comprar e beber!

domingo, 15 de maio de 2011

Vinhos de Castilla-La Mancha são destaque nesta terça-feira

A Sbav segue a tradição de levar aos seus associados e amigos eventos diferenciados e, na próxima terça-feira, 17 de maio, realiza mais um evento imperdivel!

Desta vez, em parceria com o Ipex – Instituto de Promocion Exterior de Castilla-La Mancha, apresentará 10 vinhos de diferentes produtores dessa região, alguns dos quais ainda não comercializados no Brasil.

Castilla-La Mancha é a região com a maior produção de vinhos no mundo, com mais de 20 variedades de uvas e 9 Denominación de Origen (Almansa, Jumilla, La Mancha, Manchuela, Méntrida, Mondéjar, Ribera del Júcar, Uclés, Valdepeñas), 7 Denominación de Pago (Dehesa del Carrizal, Dominio de Valdepusa, Finca Élez, Campo de la Guardia, Casa del Blanco, Florentino e Pago Guijoso) e 1 Indicación Geográfica (Vinos de la Tierra de Castilla). Faz fronteira com Andaluzia, Aragão, Extremadura, Valência e Madrid, o que já dá uma idéia da diversidade de terroirs e estilos de vinhos que se encontram por lá.

Os vinhos da Castilla-La Mancha são reconhecidos pela boa relação entre custo e benefício e, nesse evento que a Sbav promove no restaurante Limonn, os participantes poderão conhecer alguns bons rótulos.

Mais informações: sbavsp.blogspot.com/2011/05/ipex-traz-vinhos-de-castilla-la-mancha.html

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sbav: CultVinho apresenta Dominio de Berzal na próxima t...

Sbav: CultVinho apresenta Dominio de Berzal na próxima t...: "Na próxima terça-feira, 3 de maio, a CultVinho trará para a Sbav José Luis de Berzal, proprietário da Bodega Dominio de Berzal, de Rioja Ala..."

sábado, 16 de abril de 2011

Sbav promove noite francesa no Lola Bistrot

Como parte do processo de reinvenção da Sbav-SP, a associação promoverá mais um evento diferenciado na próxima terça-feira, 19 de abril. Desta vez, a novidade é um jantar harmonizado no Lola Bistrot, com vinhos franceses selecionados pelo sommelier Guilherme Corrêa, que dispensa apresentações.

O jantar incluirá um menu completo e será conduzido pelo time de degustadores da Sbav, ao valor de R$ 90 para sócios e amigos e R$ 120 para o público em geral.

Conheça os detalhes do evento no Blog da Sbav: http://sbavsp.blogspot.com/2011/04/jantar-harmonizado-com-franceses-da.html

sábado, 9 de abril de 2011

Amigos do vinho terão noite argentina nesta terça

Nesta terça-feira, 12 de abril, os associados e amigos da Sbav participarão de um evento enogastronômico de inspiração argentina. Na ocasião, a associação promoverá, em parceria com a importadora Cantu, uma apresentação dos bons vinhos da Dominio de Plata, mais conhecida pela marca forte da sua proprietária, a enóloga Susana Balbo.

Conheço poucos rótulos dessa vinícola, mas o suficiente para afirmar que a senhora Balbo sabe o que faz. O Crios, básico dela, é um dos melhores exemplares argentinos na sua faixa de preço à venda no Brasil. Estou curioso para conhecer os tops da casa, que, acompanhados da boa carne servida no La Caballeriza, certamente garantirão uma noite de ótima enogastronomia.

Ainda há vagas para essa degustação, porém, são poucas. Mais informações no blog da Sbav: http://sbavsp.blogspot.com/2011/04/sbav-e-cantu-apresentam-vinhos-susana.html?spref=fb

quarta-feira, 30 de março de 2011

Espumantes nacionais tops farão embate na Sbav

Taí uma degustação que eu não perco! Será na terça-feira que vem, 5 de abril, às 20h, em local a ser definido. O painel contará com pelo menos 6 exemplares do que o Brasil produz de melhor em termos de vinhos espumantes.

O confrade Erick Scoralick, responsável pelas degustações na Sbav, foi pessoalmente até os produtores no Rio Grande do Sul e, neste momento, está selecionando as garrafas para essa degustação imperdível.

Em breve a Sbav divulgará os detalhes. Mas quem quiser já pode marcar na agenda ou mesmo solicitar pré-reserva pelo e-mail vinho@sbavsp.com.br.

domingo, 20 de março de 2011

"Tecnisa, mais descaso e incompetência por metro quadrado"

Esse deveria ser o slogan da Tecnisa, que só me deu dor de cabeça desde que tive a infelicidade de comprar um apartamento dessa construtora na planta.

O assunto não tem nada a ver com enogastronomia, mas está me causando gastrite. Como já recorri a todas as instâncias dentro da Tecnisa, decidi usar outros meios para resolver - ou pelo menos denunciar - meu problema. Eles adoram transitar pelas redes sociais e é nesse ambiente que começarei a atuar. Aliás, é engraçado eles dedicarem tanto tempo ao mundo virtual e simplesmente ignorarem seus clientes no mundo real. Se tiver problemas com a Tecnisa, esqueça telefone, e-mail ou visita à bela sede deles na Av. Faria Lima, em São Paulo. Você será tão importante quanto o vaso que enfeita a recepção!

Minha insatisfação não é de hoje. Comprei um apartamento na planta, e a obra atrasou meses, claro. Até aí, a desculpa é o "boom imobiliário", a grande demanda por imóveis, a falta de mão de obra qualificada (o resultado vejo todos os dias quando entro em casa) e aquela conversa que todo mundo já sabe. De lá para cá a construtora teve de me visitar para consertar as besteiras que fez pelo menos uma vez por mês. Claro que sempre após muitos e-mails e telefonemas de reclamação.

Mas o pior é o que estão fazendo comigo na questão do financiamento, que por idiotice topei fechar com eles, na promessa de que futuramente seria simples mudar. Comprei o imóvel e, no contrato, financiei uma parte direto com a construtora para, no momento oportuno, transferir o financiamento para um banco. É inacreditável, mas há 3 meses estou tentando transferir para o Itaú e não consigo, pois a Tecnisa repassou meu financiamento para uma outra empresa, chamada Pólo, há mais de um ano, e não documentou e formalizou corretamente essa transferência. O que acontece é que, na prática, pago as parcelas para a Pólo, mas, no papel, o financiamento ainda é com a Tecnisa.

O resultado disso é que uma empresa joga o problema para a outra e eu simplesmente não consigo me livrar dos juros absurdos que venho pagando. Já acionei o suposto "Relacionamento com o Cliente", que na verdade atua como uma secretária incompetente, transferindo meus telefonemas para ramais que só tocam e ninguém atende. E, quando atende, o infeliz diz "não é comigo". Nem o Itaú, que trabalha nesse ramo há anos, está conseguindo fazer algo simples como quitar meu financiamento com eles! É de um amadorismo e descaso inacreditáveis para uma empresa desse porte. Aliás, os acionastas da Tecnisa deveriam se preocupar, pois, nesse ritmo, em breve verão seu capital minguar.

Já tratei do problema com um monte de pessoas do Financeiro e do Jurídico, mas nada acontece. Toda vez dizem que vão "entender o que houve", pois eles mesmos admitem que o processo ficou parado, mas nunca retornam. Já mandei e-mail até para a alta direção, mas esses diretores devem estar em alguma praia do Caribe, pois nem abrir minhas mensagens devem ter aberto.

Moral da história: terei de contratar um advogado para conseguir transferir o financiamento. E, é claro, pedirei outras coisas mais, entre elas danos morais e materiais. Além de pagar os juros que, hoje, estão sendo impostos a mim, ainda tenho outro problema: não consigo vender o apartamento se quiser, pois, para isso, eu teria de quitá-lo. Mas como quitar se quem teria direito ao dinheiro - a Pólo - formalmente não pode assinar a quitação?

O palhaço da ilustração acima expressa exatamente como estou me sentindo: triste e com cara de panaca.

domingo, 13 de março de 2011

Quando o preço alto paga o rótulo: em breve na sua locadora!

Encontrei este vídeo no polêmico blog Bacco & Bocca e achei que ele expressa bem algo que sempre acreditei: a partir de um determinado nível de qualidade, os grandes vinhos - no caso, os Bordeaux, mas não apenas eles - se nivelam, ficando as gritantes variações de preço por conta do rótulo e daqueles que pagam por isso, e não pelo conteúdo da garrafa. Vale gastar alguns minutos e perder a sensação de incompetência nas degustações às cegas, quando não raramente pontuamos bem um vinho que custa a metado de outro com pontuação pior.

terça-feira, 8 de março de 2011

Por que se escreve sobre vinhos?

Quando lancei meu blog, em julho de 2007, tinha como objetivo registrar minhas ideias e experiências no mundo do vinho e da gastronomia, além de trocar informações com pessoas com o mesmo interesse – por isso o nome “Clube da Enogastronomia”. Naquela época não havia “um blog de vinhos em cada esquina” e a troca virtual se dava em espaços como Orkut, sem muita qualificação, até pela proliferação de “fakes” que inundavam as comunidades sobre vinhos, locais de disputa de egos e vaidades.

Nestes cerca de 4 anos, fui escrevendo as besteiras que davam na minha cabeça, comentando lugares, pratos e vinhos que chamavam a minha atenção. Tudo sem muito critério e disciplina, baseado apenas no que eu achava interessante compartilhar. Justamente por isso a frequência de postagens no meu blog sempre foi ruim, com posts espaçados. Como um hobby, a enogastronomia não produz tantas experiências interessantes e dignas de serem compartilhadas. Atualmente, tenho postado muita coisa sobre a Sbav, associação da qual participo, pois é o que tenho vivido intensamente. No entanto, acho que isso desviou um pouco o objetivo do meu blog – por esta razão criamos o próprio blog da Sbav, de forma a não mais misturar os canais.

O fato é que de 2007 para cá o cenário mudou bastante. Além do surgimento de centenas de “enoblogs” – quem sabe, milhares –, agora boa parte deles está reunida no site Enoblogs (uma ideia genial, diga-se de passagem), que nos dá uma visão clara do que tem sido escrito nos blogs de vinho no Brasil. Acesso quase que diariamente esse site, e a conclusão a que chego é que cada vez mais os blogs se tornaram um grande canal de divulgação para as importadoras, além de espaços para replicar conteúdos de outros sites, sem muita criatividade, originalidade, critério ou relevância.

Claro que há exceções, mas, no geral, parece haver uma competição para ver quem publica mais conteúdo, e é claro que isso joga a qualidade do que é publicado lá para baixo – até porque muitos blogueiros são pessoas jovens, com pouca bagagem para falar de vinho com tamanha intensidade. Vejo um mar de posts avaliando vinhos, muitos dos quais corriqueiros, com “análises” muitas vezes simplórias e baseadas nas fichas divulgadas pelos próprios produtores ou importadores. Esta impressão foi confirmada, dia desses, por um amigo produtor de vinhos que comentou ser exatamente esta a opinião dos profissionais do ramo – os próprios produtores e importadores “avaliados” pelos blogueiros não veem qualificação naqueles que os avaliam.

A pergunta que eu faço é: A quem interessa esse tipo de movimento protagonizado por uma geração de blogueiros? Será que se escreve apenas para fazer um registro pessoal do que se tem bebido e compartilhar experiências bacanas? Ou talvez para competir e se destacar nos rankings que apontam os blogs mais populares e “frutíferos” – ainda que os frutos sejam quase irrelevantes para a cultura do vinho? Ou, ainda, será que há interesse comercial em expor produtos específicos, sob encomenda de produtores e importadores?

Talvez não seja à toa que uma parte razoável dos posts avaliam (elogiam, na verdade) os vinhos provados em degustações promovidas por importadoras, em restaurantes bacanas, que tornam os blogueiros convidados reféns das empresas patrocinadoras, obrigados a destacar os “experimentos” se quiserem ser convidados para as próximas. Se for este o caso, em breve teremos uma reviravolta no mundo dos blogs sobre vinhos, pois, na minha opinião, este movimento está chegando ao ponto de saturação. Quando todos falam sobre tudo, nada se destaca, e a relevância do canal deixa de existir. Inclusive para aqueles que, hoje, se beneficiam dele e alimentam o sistema.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Um pouco sobre o tomate na Free Time

A edição número 17 da revista Free Time, que acaba de entrar no ar, traz uma matéria minha sobre o tomate e uma receita que considero imbatível no quesito "prática e gostosa".

A revista também publica uma degustação bacana com mais de 30 vinhos nacionais, além de outras matérias de grande interesse dos amantes da enogastronomia.

Clique aqui e leia a Free Time na internet.

Sbav e Mr. Man apresentam Marqués de Cáceres no Rosmarino

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sbav fecha parceria com Rosmarino

A Sbav acaba de fechar uma parceria com o excelente restaurante italiano Rosmarino, localizado no bairro de Pinheiros. O objetivo é a realização das degustações da associação no local, o que oferecerá aos associados e participantes em geral um espaço diferenciado, com boa comida ao final dos eventos.

A novidade faz parte do plano de reestruturação da Sbav e revisão do seu modelo, que inclui a desocupação de sua sede na Gabriel Monteiro da Silva. Outras parcerias estão sendo fechadas não apenas para as degustações, mas também para a realização dos cursos mensais da associação.

O primeiro evento no Rosmarino acontece já nesta quinta, com a importadora Wine Lovers, que apresentará vinhos italianos diferenciados, entre eles 2 safras do Brunello La Torre.

Mais informações: http://www.sbav-sp.com.br/

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sauvignon blanc para o verão

Se tem uma uva fácil de beber neste calor, esta uva se chama sauvignon blanc. No Brasil, temos centenas de opções até R$ 100. Esta semana participei de uma degustação bacana em uma das minhas confrarias, a Wine St, e bebi coisas interessantes.

Sobre o Nautilus, o segundo colocado, sou suspeito, pois é o primeiro sauvignon blanc do Novo Mundo a me agradar. Este é neozelandês. Foi o meu primeiro colocado. E o Cipreses, chileno da Casa Marin, é o top da América do Sul que não falta em minha adega. Meio caro, mas vale.

Aproveito para indicar não apenas os vinhos do painel, mas um que não falta na minha adega e que custa a metade (ou menos) do preço dos vinhos desta degustação. Estou falando do Errazuriz Reserva, que sai por menos de R$ 40 na Vinci. Vale cada centavo! No Ráscal, onde o bebi pela primeira vez, custa R$ 60. Bom preço. Por isso volto lá sempre. E algumas vezes com meus vinhos, pois eles não cobram a rolha.


Ficam as dicas.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Velho Mundo X Novo Mundo

Existe uma guerra velada (às vezes escancarada e polêmica) entre quem aprecia vinhos do continente europeu e quem prefere os do Novo Mundo. E há, também, muito julgamento supostamente embasado em questões técnicas, mas que na maioria das vezes se mostra a tentativa de encontrar argumentos para justificar e impor o que é gosto pessoal.

Não estou dizendo que não haja questões técnicas ligadas ao estilo de cada região. E nem que isso não tenha influência sobre a qualidade da bebida. O que discuto é até que ponto existe base na avaliação do vinho e a partir de onde isso se resume a gosto pessoal.

Lanço este post para que possamos discutir o tema. Gostaria de conhecer a opinião de vocês. Que estilo de vinho preferem e por quê?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Acompanhe a Sbav-SP no Twitter

Em razão da grande procura pelos eventos da Sbav, alguns internautas me enviaram mensagens pedindo que começássemos a divulgar a programação da associação também pelo Twitter, de forma que os aficcionados pela web também tivessem a chance de participar.

Desta forma, a partir de agora todas as atividades da Sbav serão divulgadas, em primeira mão, no Twitter. Os internautas que seguirem o perfil da associação receberão as notícias de eventos juntamente com os sócios. Aliás, fica aqui a dica: além de receber os comunicados de eventos em primeira mão, os associados têm ótimos descontos nos eventos.

Para seguir a Sbav de São Paulo no Twitter, busque pelo perfil SBAVSP.