domingo, 31 de maio de 2009

Os espumantes nacionais da vez

Na última sexta-feira, 29 de maio, tive a oportunidade de participar do VI Encontro dos Espumantes Brasileiros, promovido pela Sbav de São Paulo, e mais uma vez saí de lá com uma listinha de bons espumantes para ter em casa nos próximos meses.

Destaco aqui os que me surpreenderam e que recomendo provar - alguns velhos conhecidos, outros gratas surpresas:

  • Gheller Brut Champenoise (Gheller)
  • Don Giovanni Brut Champenoise (Don Giovanni)
  • Cave Geisse Brut Champenoise (Cave Amadeu)
  • Fabian Brut Champenoise (Fabian)
  • Chandon Brut Rosé Charmat (Chandon)
  • Casa Valduga Gran Reserva Brut Champenoise (Casa Valduga)
  • Marson Brut Charmat (Marson)
  • Milantino Brut Campenoise (Milantino)
  • Miolo Millésime Brut Champenoise (Miolo)
Estes bons espumantes podem ser encontrados em lojas especializadas em vinhos, inclusive na internet. Recomendo contatar as vinícolas para conhecer os distribuidores na sua cidade.

sábado, 9 de maio de 2009

VI Encontro do Espumante Brasileiro na Sbav

No próximo dia 29 de maio, uma sexta-feira, a partir das 19h30, a Sbav de São Paulo realiza o seu VI Encontro do Espumante Brasileiro. Trata-se de uma feira de espumantes nacionais na qual o visitante tem a maior amostragem de rótulos (cerca de 60) numa só data, em um só local.

As principais vinícolas do país estarão por lá apresentando seus espumantes - do brut ao demi-sec, do branco ao tinto. Vou todos os anos e posso dizer que é uma oportunidade única de participar de um painel como esse e de comparar os espumantes brasileiros. Sempre saio de lá com "o ranking do ano", que me ajuda a comprar espumantes pelos próximos meses - até a próxima feira.

O evento é bem informal, como uma feira de vinhos mesmo. Quem partipar ganha uma taça ISO de degustação para utilizar no evento e levar para casa.

Após participar do encontro, voltarei aqui para comentar sobre os vinhos e recomendar aqueles de que mais gostei e que serão "figurinhas fáceis" na minha adega nos próximos meses.

Mais informações no site da Sbav: http://www.sbav-sp.com.br/

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Brasato ao Barolo sem Barolo

Há tempos venho fazendo experimentos para acertar a receita do “Brasato ao Barolo”, mas foi apenas na semana passada que cheguei perto do que é esse prato no meu imaginário. Para começar, claro que eu nunca usei Barolo para cozinhar a carne. Tem início aí o desafio, pois não é tão óbvio encontrar outro vinho que proporcione um molho saboroso e encorpado, como o Barolo, mas que não agrida pela acidez, amargor ou outros tantos defeitos que vinhos de média qualidade apresentam mesmo quando cozidos.

Para encurtar a história e ir logo para a receita, o fato é que outras variáveis estão envolvidas, como o tipo de carne, a panela e a intensidade e o tempo de cocção. Já segui diferentes receitas e dicas, utilizando das carnes mais duras, como o lagarto, até opções menos arriscadas, como a picanha – dica do mestre Saul Galvão. Mas o que funcionou melhor até agora foi a alcatra, peça inteira ou parte dela, amarrada com barbante para adquirir um formato mais cilíndrico, semelhante ao lagarto.

Quanto ao vinho, o que mais agradou na relação custo-benefício foi o português Periquita. Saiu-se bem melhor do que italianos ou sulamericanos na mesma faixa de preço. Para dar um toque mais adocicado e aumentar a intensidade do molho de vinho, usei também meio copo de Vinho do Porto. Em suma, lancei mão de uma dupla portuguesa para fazer frente à ausência do Barolo. Deu certo, ficou muito saboroso! Para acompanhar, sugiro, agora sim, um bom Barolo ou qualquer outro nebbiolo piemontês, como o Barbaresco ou mesmo o Gattinara. Se preferir, um bom cabernet sauvignon do novo mundo também funciona.

Ingredientes
Alcatra em peça com 2 kg (tirar excesso de gordura)
100g de bacon em cubos
Caldo de carne*
2 cebolas médias
2 cenouras
2 talos de salsão
5 dentes de alhos amassados
1 colher de extrato de tomate
Buquê de ervas (tomilho, alecrim, manjericão, louro e 2 cravos)
Pimenta do reino moída na hora
Sal

Preparo
Em uma panela – se possível de ferro, esmaltada -, frite os cubos de bacon até a gordura derreter. Tempere a carne com sal e pimenta do reino e coloque-a inteira na panela, virando para que frite bem em todos os lados e tenha bastante contato com o bacon. Quando ela estiver quase com cor de churrasco, retire e reserve.

Na mesma panela, com o bacon ainda dentro, acrescente o alho, a cebola, o salsão e a cenoura cortados em pedaços de mais ou menos 1 cm. Deixe refogar e acrescente um pouco de azeite se preciso. Acrescente um punhado de farinha de trigo, deixe fritar por 2 minutos e acrescente a colher de extrato de tomate.

Em seguida, volte com a carne para a panela, misture bem para que a peça toda tenha contato com o molho formado. Nesse momento, acrescente o copo de Vinho do Porto, a garrafa de vinho tinto e o caldo de carne, com os pedaços do ossobuco. Coloque também o buquê de ervas na panela. Quando começar a ferver, abaixe bem o fogo (baixo mesmo, para o líquido apenas mexer na superfície, com bolhas muito sutis, quase inexistentes). Deixe cozinhar dessa forma por 4 horas pelo menos, tomando o cuidado de sempre retirar a espuma que se forma na superfície e de virar a carne para que ela cozinhe por igual. Tampe a panela para que o líquido evapore aos poucos e não seque.

Após 4 ou 5 horas de cozimento, retire a carne da panela. Ela deve esfriar antes de ser fatiada. Para finalizar o molho, use um processador para triturar os legumes, criando um molho uniforme e sem pedaços (tome o cuidado de retirar antes o buquê de ervas e os 2 cravos). Se o molho ainda não estiver espesso, coloque-o na panela novamente e deixe ferver até que atinja a consistência desejada – eu gosto dele bem consistente. Acerte o sal e, se achar que ficou ácido demais, acrescente uma ou duas pitadas de açúcar.

Para servir, basta fatiar a carne, colocá-la em uma vasilha e banhá-la com o molho, de forma abundante - deve quase cobrir a carne. Aqueça no forno e sirva com polenta mole, arroz branco, risoto, batata ou até mesmo com pão. Sugiro escolher apenas uma dessas opções, pois esse é o tipo de prato que não necessita de muita escolta.

*Caldo de carne: coloque 2 pedaços médios de ossobuco em uma panela que possa ir ao forno. Polvilhe farinha de trigo em cima e coloque para assar até a farinha ficar marrom. Em seguida, leve a panela para o fogo e acrescente 2 litros de água. Deixe cozinhar em fogo médio até reduzir à metade.

Da Califórnia para o Brasil

Ontem, 6 de maio, participei de uma degustação bastante interessante, promovida por uma empresa norte-americana chamada Ponte di Vino, que distribui vinhos da Califórnia para diversos países. No Brasil, eles ainda não trazem nada, mas estão começando a estudar o mercado. O evento de ontem, realizado no excelente Cantaloup, teve como objetivo apresentar alguns dos seus produtores, todos eles pequenos, empresas de família, para sondar a receptividade ao vinho californiano pelo público brasileiro.

Gostei bastante do que bebi, todos varietais. Destaco os pinot, de cor bastante clara, um deles quase rosê, e os chardonnay, obviamente. Mas provei também bons sauvignon blanc, merlot e cabernet, que estavam bem redondos e sem exagero de madeira. Me surpreendi positivamente, já que não tinha o hábito de beber californianos - até porque não há grande importação desses vinhos, ainda, como temos de sulamericanos e europeus.

Entre os bons produtores que testamos destaco os vinhos da Landmark, que, apesar de não serem "untuosos", eram equilibradíssimos, gostosos e excelentes para qualquer ocasião - das menos às mais formais, com ou sem refeição. Muito interessantes mesmo. Chalk Hill e a Honig se destacaram por vinhos mais exuberantes e potentes - estes devem chegar numa faixa mais alta de preço se a Ponte di Vino decidir trazê-los.

Vale mencionar também o bom espumante Schramsberg, um blanc à base de pinot, que, segundo o David, representante da importadora no Brasil, é o "sparkling wine" oficial dos eventos na Casa Branca. E nem por isso é um espumante caro nos EUA. Vamos ver a quanto chega aqui.

Para quem quiser acompanhar esse movimento, sugiro acessar o site: http://www.pontedivino.com/