Farei como sugerido pelo amigo João Filipe Clemente. Irei de preto à Expovinis e ignorarei os estandes e eventos de vinhos nacionais.
Vamos dar um grande NÃO aos mentores desse crime contra o vinho e contra o consumidor brasileiro!
Histórias, casos, dúvidas e informações sobre o mundo da enogastronomia.

Estou disposto a levantar a bandeira branca na guerra contra as salvaguardas. Para que os produtores nacionais não acusem de intransigentes aqueles que defendem o boicote ao vinho brasileiro, acho justo fazer uma contraproposta e abrir um caminho de conciliação. A ideia é a seguinte: se a Ibravin e as demais entidades que representam as vinícolas nacionais retirarem o pedido de salvaguardas, me comprometo a puxar o movimento para redução de impostos para o vinho nacional.
Tive uma visão do futuro nesta noite! Sonhei que estava no ano de 2032 e visitava uma renomada vinícola brasileira na Serra Gaúcha. O lugar era enorme, com meia-dúzia de funcionários e muitas, mas muitas máquinas. Lembrava até uma daquelas montadoras de automóveis do ABC, com tudo automatizado e controlado. Tudo era assustadoramente igual, padronizado, sem cor e sem cheiro. Dos tanques de aço às garrafas e tampas, que eram idênticas às de Coca-cola!
Nos últimos dias eu e 99% dos enófilos temos batido muito na questão das malditas salvaguardas, seus motivadores e efeitos mais práticos. Mas o que está por trás disso, além da ganância e do oportunismo, é a fraqueza da nossa indústria vitivinícola. Como eu disse há algumas semanas neste blog, a auto-confiança dos nossos produtores se mostrou rala como vinho de garrafão. Se precipitaram ao jogar a toalha, pois nos últimos tempos a qualidade do produto nacional vinha melhorando de forma consistente. Mas a vontade de garantir lucros fartos foi maior do que a ambição de ganhar o consumidor pela qualidade. Como os especialistas são eles, acredito que chegamos mesmo ao limite, não conseguiremos ser mais do que isso. Esta é a principal mensagem que tiro de toda esta palhaçada.
Ao contrário do que estão dizendo por aí a Ibravin e outras associações retrógradas que supostamente defendem os interesses dos produtores gaúchos, o boicote ao vinho nacional é uma manifestação democrática contra a tentativa de nos imporem o que devemos beber.
Ontem à noite, eu e um grupo de amigos realizamos mais uma degustação muito interessante com vinhos das Américas, que batizamos de Copa América de Vinhos. A ideia foi reunir alguns dos ícones desses continentes para compará-los. Trata-se de uma brincadeira, obviamente, como qualquer degustação que proponha ordenar vinhos de safras, cepas e regiões diferentes. Mas foi divertido e, desta vez, surpreendente!