Quem aprecia fazer as refeições com um bom vinho já se pegou lendo e relendo a carta do restaurante, de trás para frente, para no final pedir uma garrafa que "quebra o galho", mas que está longe de ser o que se queria. Ou então acaba ficando na cerveja, pois se recusa a pagar por um vinho ordinário o que se paga por um bom toscano na importadora.
Seja pelo "desalinhamento" entre o menu e a carta de vinhos, seja pela ausência de garrafas prontas para o consumo - por falta de estoque, geralmente os restarantes trabalham com safras "atuais" -, é comum eu terminar a noite imaginando como teria sido divino comer o brasato ao vinho tinto do menu harmonizado com aquela garrafa de Barolo 1996 que está na minha adega.
Essas são apenas algumas das situações que começaram a me motivar, nos últimos tempos, a não ter receio de pegar uma garrafa da minha adega e levar para o restaurante. Mas há muitas outras situações, entre elas a falta de bom senso na precificação dos vinhos. Sei que a "ética do vinho" manda que não se leve a garrafa de casa para pagar menos. E concordo com isso, mas em partes. Acho que não se pode levar um vinho corriqueiro - vendido em supermercado, de safras ainda disponíveis etc. - ou vinhos presentes na carta - isso é imperdoável. Mas ter uma alternativa bacana a um custo viável, não extorsivo, já não me parece um "enocrime".
Foi-se o tempo em que eu vacilava em levar meus vinhos a restaurantes. Hoje, é raro eu não levar. E a escolha do lugar onde almoçarei ou jantarei já passa pela tolerância com essa prática. Não é muito fácil encontrar bons restaurante que facilitem a vida do cliente, sem cobrar "rolha de ouro". Mas já descobri alguns lugares, aos quais tenho ido com boa frequência.
Sem cobrança de rolha
Boas opções são Rosmarino, Freddy, a rede Rubaiyat e a rede Ráscal - a melhor cozinha rápida de São Paulo, plenamente capaz de harmonizar com vinhos de alta qualidade. Há também os que aceitam isentar a rolha para encontros de confrarias e eventos especiais, mediante o acerto de um "menu pacote", como já fiz no Santo Colomba, El Tranvía, Gigetto, La Casserole, Rufino's, Kinoshita, Ban Kao e La Caballeriza.
Rolha moderada (até R$ 35)
Também tenho frequentado lugares que não cobram "rolha proibitiva" e que estão acostumados a fazer o serviço do vinho alheiro sem constranger o cliente. Aqui, incluo Quinta de Santa Maria, La Vecchia Cucina, Blú Bistrô, Brascatta e Fidel - este, a propósito, vale a visita, pois tem praticado uma gastronomia de ótima qualidade. Na categoria "cozinha rápida", indico o Galeto's, que também é modesto na cobrança da rolha.
Há muitos outros lugares em que é possível levar seu vinho sem medo de ser feliz. Achei legal a iniciativa da Veja de incluir essa informação no guia de restaurantes publicado na revista regional. Informa até o preço da rolha. Vale consultar antes de sair de casa.
Caso tenha dicas bacanas de restaurantes com "rolha zero" ou pelo menos acessível, poste aqui e ajude outros enófilos a não passarem apertado quando sairem para comer.
Um comentário:
Provavelmente a melhor maneira é acompanhar uma boa refeição com um grande vinho é por isso que mais restaurantes de qualidade oferecem uma carta de vinhos completa, como as la caballeriza estáveis e em geral.
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