Citei este rótulo no post sobre vinhos evoluídos à venda no mercado brasileiro, por isso farei um breve comentário sobre a experiência que tive ontem à noite.
Trata-se de um espanhol produzido pela Viña Magaña na região de Navarra, com corte essencialmente bordalês (70% merlot, 15% cabernet savignon e 15% de outras), maturado 24 meses em barricas semi-novas de carvalho francês e 36 meses em garrafa. Teor alcoólico de 13%.
Abri a garrafa com o saca-rolhas padrão, de rosca e, é claro, a rolha não aguentou... Para um vinho de 25 anos, até que a rolha não estava tão comprometida, mas não tinha mais firmeza suficiente para o uso de um equipamento como esse - claro que o saca-rolhas de haste, próprio para essas ocasiões, era o mais indicado. Mas a pressa às vezes é inimiga da perfeição. Uma vez que a garrafa e o rótulo estavam perfeitos, como se o vinho tivesse sido engarrafado ontem, supus que não seria necessário tanto cuidado com a rolha. Resolvi o problema passando o vinho para o decanter, usando uma peneira fina para segurar os poucos farelos da rolha que caíram na bebida.
Ainda no decanter me surpreendi com o vinho, pois estava bem denso, com uma cor rubi escuro e quase nenhum resíduo. Passei para a taça e a aparência continuou a de um vinho não tão evoluído, mas um pouco mais claro do que o impacto inicial no decanter. O halo mais claro, puxando para o tijolo, ficou visível na taça, mas muito discreto, apesar do quarto de século de idade desse vinho.
No nariz, aromas bastante austeros, quase que 100% terciários, trazendo de fruta apenas uma sutil uva apassitada - muito sutil mesmo. Predominavam o couro, um leve defumado e até um toque mineral. Após aerar um pouco, apareceu um chocolate muito interessante, cuja doçura na boca tornou o vinho delicioso depois de meia hora de decanter. Esse bom espanhol ainda guardava ótima acidez, mas já mostrava menos potência do que provavelmente teve há uma década. Isso não me incomodou nem um pouco, pois adoro vinhos elegantes, e esse era um lord. Taninos adocicados, álcool discreto, muito fácil de beber.
Por fim, digo apenas que é um vinho para ser bebido já. Não creio que guardá-lo será uma boa idéia. Por isso beberei as 2 garrafas que me restam nos próximos 12 meses.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
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